Peitos como Símbolos
Se OS MENINOS (não
as meninas, elas eram desprezadas pelas mulheres, primeiro como competidoras
por esperma, comida e prestígio, depois como inférteis, até que se tornassem
férteis – quando passavam a ser destratadas pelas mais velhas) eram o centro da
vida nas cavernas, então o que isso nos dirá sobre relações dos meninos com
suas mães?
Antes de tudo,
peitos são fontes de alimentação, portanto índice poderoso de sobrevivência
(peitos murchos ou pequenos vão deprimir os machos); mas, além disso, como
indicadores de feminilidade, da capacidade de gerar futuro, eles serão símbolos
inexcedíveis, inultrapassáveis e devem ser constantes motivos de sonhos
masculinos, especialmente os mais fartos, grandes, que pareçam dar muito leite
e sejam redondos, sugerindo estar cheios dele. Nós sabemos como nós homens
somos dependentes, o que é extraordinário, por ser a parte feminina mais
atrativa, mais que a bunda, indicadora de vagina, ou o umbigo, apontador de
alimentação primitiva, umbilical. Os peitos são, sem qualquer adereço, um
fetiche por si mesmos, tendo um poder sobrenatural, mágico, dominando qualquer
relação com os machos. É impossível não olhar! Da mulher não é preciso, por
conseguinte, mostrar o rosto, as pernas (que lembram capacidade de trabalho),
os braços (que indicam governabilidade, capacidade de realização – diferente do
mero trabalho), as ancas (que mostram a capacidade de parir eficazmente) ou a
bunda (que sugere relação, mas isso é depois), só os peitos. Peitos grandes,
mas não exagerados - pois aí já significariam incapacitação diária - servirão
de passaporte em qualquer relação.
Pois, se para as mulheres
os filhos são centrais, para os homens a capacidade de alimentá-los, de
entregar o filho pronto aos 13 anos é o que vale. Então, homens vão mirar a
capacidade feminina de habilitar os guerreiros. E igualmente as mulheres terão apreço
pelos peitos grandes, fornidos, porque significarão a capacidade de atrair os
machos hábeis, de sustentar os meninos (aposto que as meninas eram desmamadas
logo), de produzir futuro.
Vitória, terça-feira,
30 de dezembro de 2003.
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