Noite dos Mascarados
Música e letra de
1966 de Chico Buarque para o musical Meu
Refrão, a letra está em anexo com cifra e tudo.
Para a teatralização
que pretendo fazer de várias músicas, eis dessa o desenho mental que deve
depois ser aprimorado e posto ao gosto dos intérpretes e diretores nos detalhes,
mas sem se desviar do cenário sugerido no geral.
Ambos (homem e
mulher) devem estar vestidos como maltrapilhos, para indicar aquilo que Caetano
Veloso disse: de perto ninguém é normal (ou, ao contrário, de longe todos
parecem normais) – o que é o primeiro índice ou apontamento.
ELE (falando, com
curiosidade) – Quem é você? (Ela tira um pedaço dos trapos e revela por baixo
algum brilho).
ELA – Adivinha se
gosta de mim.
ELE (perguntando
mais insistente) – Quem é você? - diga
logo (vão caindo os trapos, por baixo mostrando a criatura cada vez mais
linda e fêmea, participante do jogo masculino, e vice-versa).
O coro desce até a
platéia e vai sussurrando: “hoje os dois mascarados procuram os seus namorados,
perguntando assim”.
Ela e Ele (indicando
Natureza e Deus) vão rodeando um ao outro e se desnudando de seus
afastamentos-trapos, quer dizer, de suas desconfianças e proteções, suas
ojerizas e medos, suas mortificações e desejos de morte, suas esquisitices e
repulsas, até que depois de várias confissões, feitas na letra, entra em curso
a dança = TRANSA (na Rede Cognata, veja Livro 2, Rede e Grade Signalíticas), domínio mútuo, muito sensual (mas sem
ser ofensivo ou sexualmente insinuante), verdadeira declaração formal, muito
poderosa e visualmente cativante (pois se trata de um amor de bilhões de anos,
lembre-se).
Terminam ambos
dizendo “o que você pedir eu lhe dou” aos gritos muito emocionados.
Vitória, domingo, 21
de dezembro de 2003.
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