Isso Não é Poesia!
O Dicionário Houaiss
digital tem a propriedade notável de colocar pesquisa de “iniciado por” e
“terminado por” que dão o princípio ou a terminação das palavras com qualquer
quantidade de letras - isso pode facilitar tremendamente a composição de poemas
pelos poetas. Quando perguntamos pela terminação DOR aparecem 3.269 verbetes, o
que facilitaria muito a bajulação do governa/DOR
pelos áulicos ou cortesãos de plantão. Eles podem “deitar e rolar”, como diz o
povo, mas isso dificilmente seria poesia ou, pelo menos, boa poesia, pois se
trata do nível mais baixo.
Mas, o que seria
poesia?
Bom, o modelo fala
de POESIA QUANTITATIVA e POESIA QUALITATIVA, a primeira do povo (sendo exemplo
na sua forma mais rasteira a literatura de cordel no Brasil– pois existem
grandes cordelistas, para inventar este termo) e a segunda das elites. A
quantitativa jorra, literalmente, como uma fonte inesgotável de porcaria
mal-cuidada, súbita, roscofe, ruim. A qualitativa, claro, é rara, como é raro
tudo que é bom, e creio poder dizer, mesmo com o pouco que li dela, que a Elisa
Lucinda, poeta capixaba, é muito boa.
A quantidade não
fica, enquanto a qualidade é preservada por milênios, até. Mas, o que distingue
uma da outra?
A POESIA QUALITATIVA
·
Com
métrica (algébrica - temporal);
·
Sem
métrica (geométrica - espacial).
POESIA
TEMPORALIZADA
·
Marcação
mínima;
·
Marcação
média;
·
Marcação
máxima (supermétrica, como os haicais, em que até o número de letras é
contado).
Tudo é interessante e cabe enquanto
possibilidade de expressão, como todas as coisas, na Curva do Sino ou de Gauss
ou das Distribuições Estatísticas, interessando-nos mais a média, onde se
projetam mais figuras.
A
PSICOLOGIA POÉTICA
·
Figuras
ou psicanálises (dos poetas e dos ambientes e pessoas que eles poetizam);
·
Objetivos
ou psico-sínteses (sobre o que se faz poesia);
·
Produções
(as poesias) ou economias poéticas;
·
Organizações
ou sociologias;
·
Espaçotempos
ou geo-histórias das PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e dos
AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo) objeto de poesia.
E há muito mais coisas que poderíamos
investigar, segundo a ótica do modelo, mas está me dando fome e tenho de ir
almoçar.
Vitória, domingo, 28
de dezembro de 2003.
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