sexta-feira, 21 de abril de 2017


Isso Não é Poesia!

 

                            O Dicionário Houaiss digital tem a propriedade notável de colocar pesquisa de “iniciado por” e “terminado por” que dão o princípio ou a terminação das palavras com qualquer quantidade de letras - isso pode facilitar tremendamente a composição de poemas pelos poetas. Quando perguntamos pela terminação DOR aparecem 3.269 verbetes, o que facilitaria muito a bajulação do governa/DOR pelos áulicos ou cortesãos de plantão. Eles podem “deitar e rolar”, como diz o povo, mas isso dificilmente seria poesia ou, pelo menos, boa poesia, pois se trata do nível mais baixo.

                            Mas, o que seria poesia?

                            Bom, o modelo fala de POESIA QUANTITATIVA e POESIA QUALITATIVA, a primeira do povo (sendo exemplo na sua forma mais rasteira a literatura de cordel no Brasil– pois existem grandes cordelistas, para inventar este termo) e a segunda das elites. A quantitativa jorra, literalmente, como uma fonte inesgotável de porcaria mal-cuidada, súbita, roscofe, ruim. A qualitativa, claro, é rara, como é raro tudo que é bom, e creio poder dizer, mesmo com o pouco que li dela, que a Elisa Lucinda, poeta capixaba, é muito boa.

                            A quantidade não fica, enquanto a qualidade é preservada por milênios, até. Mas, o que distingue uma da outra?

                            A POESIA QUALITATIVA

·        Com métrica (algébrica - temporal);

·        Sem métrica (geométrica - espacial).

POESIA TEMPORALIZADA

·        Marcação mínima;

·        Marcação média;

·        Marcação máxima (supermétrica, como os haicais, em que até o número de letras é contado).

Tudo é interessante e cabe enquanto possibilidade de expressão, como todas as coisas, na Curva do Sino ou de Gauss ou das Distribuições Estatísticas, interessando-nos mais a média, onde se projetam mais figuras.

A PSICOLOGIA POÉTICA

·        Figuras ou psicanálises (dos poetas e dos ambientes e pessoas que eles poetizam);

·        Objetivos ou psico-sínteses (sobre o que se faz poesia);

·        Produções (as poesias) ou economias poéticas;

·        Organizações ou sociologias;

·        Espaçotempos ou geo-histórias das PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e dos AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo) objeto de poesia.

E há muito mais coisas que poderíamos investigar, segundo a ótica do modelo, mas está me dando fome e tenho de ir almoçar.
Vitória, domingo, 28 de dezembro de 2003.

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