quinta-feira, 23 de março de 2017


Santos, Souza, Silva

 

                            A Família Santos, a Família Souza e a Família Silva e suas variações tem muitos membros, como dizem os brasileiros, de gozação. Cada uma quase 1/3 da nação. É que dos escravos, vindo da África, onde o sistema designativo de parentelismo era diferente, adotaram-nos dos portugueses, originalmente portadores desses nomes familiares, e isso acabou formando um enorme contingente.

                            Claro que ninguém vai imaginar que há parentesco entre a maioria de brancos e negros, apenas porque portam os mesmos sobrenomes, mas mesmo assim será interessante para os membros dessas famílias saber como se originaram seus sobrenomes, como seus trisavôs os adotaram, sendo escravos, ou de onde vieram e o que significavam originalmente em Portugal. Aliás, o que significam os nomes todos, e em particular os portugueses? Podemos saber que Pessegueiro indica uma árvore que dá como frutos pêssegos, que Villa, mesmo com dois “l” significa Vila, e assim por diante, para uma quantidade grande, veja Santos. Mas poucos saberão que Silva é selva e estou longe de imaginar o que será Souza.

                            O atual presidente mesmo, primeiro operário a chegar ao poder, é José Inácio Lula (apelido de Inácio) da Silva, e é, por conseguinte, um dos representantes da Família Silva. Consultando-se as listas telefônicas das cidades será possível contar quantos de cada grupo têm telefone, pelo menos. Ou com o auxílio da FIBGE (Fundação IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) quantos efetivamente tem cada um dos principais sobrenomes.

                            Pode-se legitimamente fazer reuniões (embora não-parentais) dessas famílias e creio que as pessoas irão, de brincadeira, por curiosidade, para se divertir, para passar um sábado ou domingo alegre, para ter contato com gente, por qualquer motivo. E, de todo modo, sendo ou não parentes fazem parte das famílias, é ou não é?

                            Vitória, domingo, 05 de outubro de 2003.

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