sábado, 25 de março de 2017


Remunicipalização

 

                            A ação permanente de re-municipalizar, tornar município, pois parece a quase todos que os municípios estão prontos.

                            O modelo mostra que não.

                            Veja as pessoambientes como PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e AMBIENTES (outros municípios/cidades, estados, nações e mundo) que tensionam os municípios/cidades. Os municípios/cidades são puxados por sete dos oito níveis e pelos outros M/C; de fato, participam da luta psicológica pela sobrevivência dos M/C mais aptos, isto é, lutam por aptidão ou futuro. Podemos imaginar uma Rosa dos Ventos com oito posições e um centro no qual, provisoriamente, é posto o que está sofrendo as tensões.

                            Ora, municípios/cidades nascem, crescem, definham e morrem, embora num tempo muito mais largo que as pessoas; daí que estejam sempre vivendo/morrendo, caminhando sobre a fina linha entre passado e futuro, no presente. Estão, como todas as pessoambientes, sempre em crise, sempre com problemas, sempre com soluções. É conforme a soma SOLUÇÕES – PROBLEMAS = S – P > 0 que eles seguem para o futuro, quer dizer, fazem a soma FUTURO – PASSADO = F – P > 0, permitindo que continuem no presente.

                            Ora, certo autor, cujo livro ainda não tenho, propôs que no Brasil a questão das municipalidades está mal-definida, porque existem municípios pequeníssimos que mais parecem com o campo. O ES mesmo passou de 58 a 78 em poucos anos. Na Austrália, vi num daqueles filmes de Crocodilo Dundee, há cidades com 20 habitantes, o que é um absurdo. Mas fui e permaneço contra a idéia do camarada, porque embora possamos ver no modelo que deveríamos ter o par polar oposto/complementar campo/cidade definido como 50/50, como tudo, podemos igualmente dizer que as cidades sejam micro, pequenas, médias, grandes e gigantes, dentro do espectro, como as empresas são classificadas, e aceitá-las como se apresentam, porque hoje o favorecimento é às cidades, não aos municípios (um dia, o ciclo dialético diz, será o contrário, como já foi). Embora haja tensão com os distritos, o favorecimento atual não deve ser negado.

                            Mas a re-divisão 50/50 colocaria entre as maiores e as menores a média, segundo aquela partição em cinco seções e a Curva do Sino ou de Gauss ou das Distribuições Estatísticas. Até para efeito políticadministrativo competiria fazer a redivisão.

                            Permitiria a criação de CINCO departamentos nas políticas ambientais, especializando os políticos do Legislativo, os governantes do Executivo e os juizes do Judiciários em cinco visões distintas, muito mais especializadas e competentes, porque pesquisadores prateóricos DAS ESPECIFICIDADES se encarregariam de gerir conceitualmente a proposta. Se tudo é tratado do mesmo modo, tudo como município, tudo como cidade, cidades de cinco milhões de habitantes ficam parecidas com outras de cinco mil, embora os problemas possam ser milhares de vezes mais agudos – as mesmas respostas tendem a ser dadas a todas, porque todas partilham o mesmo nome, e isso não seria útil, assim como dizer “humano” não pode significar colocar homens e mulheres como iguaizinhos, ou crianças e adultos, do mesmo modo como não podemos tratar as empresas todas do mesmo jeito, por elas partilharem a palavra “empresa”.

                            Cabem aqueles cinco departamentos e suas buscas distintas.

                            Embora eu ache inútil a insistente afirmação do autor, cabe a discussão nesse sentido da re-visão das posições, com politicadministrações separadas, mas não separatistas, conforme quaisquer critérios (pode-se eleger uma quantidade de quesitos num quadro conveniente).

                            Vitória, sábado, 11 de outubro de 2003.

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