O Rompimento
Inflacionário do Estado
O processo
inflacionário no Brasil, que durou de Juscelino Kubitschek (mineiro, 1902 a
1976, presidente de 1956 a 1961) até FHC (Fernando Henrique Cardoso,
fluminense, 1931 -; 1994 viu o início do fim da inflação a partir de abril
daquele ano, quando FHC era ministro do ex-presidente Itamar Franco) deve ser
visto de perfil, de cima abaixo, como uma barriga d’água, uma doença que tomou
as elites, enquanto superpermissão de apossamento da absorção popular das
riquezas produzidas por todos.
A inflação ROMPE o
Estado geral, ela o destrói em seus ligamentos, suas conexões entre elites e
povo. Desgraça a nação, prostra-a, submete-a a vexames indizíveis, assim como
os juros pagos aos estrangeiros de fora e aos estrangeiros de dentro.
Vale bem a pena
rever o processo inflacionário.
Isso equivaleria a
não apenas citar os índices mês a mês como principalmente apontar o resíduo em
relação às recuperações de cada classe do TER (ricos, médios-altos, médios,
médios-baixos ou pobres, miseráveis) e de cada classe do labor (operários,
intelectuais, financistas, militares e burocratas dos governempresas), isto é,
QUANTO CADA UM PERDEU (essa é a inflação de cada um). Quanto as empresas e os
governos puderam, com a autonomia ditada pelas leis unilaterais e a força/poder
das armas, reajustar seus próprios produtos e serviços? Essa é a pergunta
crucial, porque falar só dos índices é isento, não é engajado, não é
participativo, não preocupa, desde quando não é ferida, não é violência contra
ninguém.
Mas mostrar quanto
foi tirado, aí sim, isso é violência, isso é mostrar os ferimentos, isso é toca
fundo todos e cada um. A QUEM SERVIU A INFLAÇÃO? Que ela seja um serviço
de classe burguês está bem à vista e ainda por cima prestado pelo ESCRITÓRIO
DO CAPITAL, os governos nacionais sucessivos.
É preciso que cada
um tenha coragem de mostrar quanto foi retirado ano após ano, nessas cinco
décadas de sem-vergonhice, de verdadeira guerra civil lavrada pelas elites
contra o povo. Fora da verdadeira separação da superinflação alemã pré-Hitler,
essa foi a pior que o mundo viu, seguramente. Nenhumas elites foram tão
perniciosas a seus povos quanto as brasileiras.
É urgente sair dessa
mera e insignificante publicação dos índices inflacionários para mostrar isso
que vou chamar de INFLAÇÃO DE CLASSE, que as classes pagaram ou da qual
usufruíram desavergonhadamente. Esse choque nacional talvez nos cure da ilusão
de que poderemos ter um país decente sem travar as batalhas por decência ou
dignidade, como fizeram outros povos em toda a geo-história humana. As elites
brasileiras respeitarão o povo brasileiro sem choques, sem ameaças de ruptura,
sem disputas bem claras e definidas? Acho que não.
Juntando-se essa
definição com as distâncias em relação aos indicadores especulativos (papéis
empresariais, títulos governamentais, etc.) teremos uma visão exata de como
esses 50 anos de guerra financeira atingiram e feriram cada classe.
Registrar 50/50 com
Gutemberg Hespanha Brasil no cartório de títulos e documentos Myrian Castelo
Miguel, Praça Misael pena, s/n, sala 901, Centro, Vitória, ES.
Vitória,
sexta-feira, 17 de outubro de 2003.
José Augusto Gava.
Av. Dr. Pedro Feu
Rosa, 221/104.
Ed. Vierzon – Jardim
da Penha
29060.730 – Vitória,
ES.
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