sexta-feira, 24 de março de 2017


O Novo Super-Homem

 

                            As revistas em quadrinhos do Super-Homem, depois uma quantidade de filmes de cinema e seriados de TV popularizaram o super-herói fictício de uma tal forma nos últimos 70 anos que creio que não há ser humano na Terra que não tenha ouvido falar.

                            Mas sempre visam o supercorpo, nunca a supermente, de modo que modificarei ligeiramente as coisas para torná-lo um pouco mais intelectual, o que seria de esperar da raça kryptoniana, tão evoluída. Convém que ele tenha um cérebro com mais circunvoluções, capaz de controlar as cinco ondas ou campartículas [0 – gravinercial, 1 – elétrica, 2 – magnética, 3 – fraca e 4 – forte]. Assim, a visão penetrante, chamada de Visão de Raios X (para haver uso dos raios X deve existir um anteparo), seria uma administração sábia de todas as ondas que os objetos espontaneamente emitem, especialmente as ondas de calor ou térmicas – ele se concentraria e veria desde alguns milímetros abaixo da superfície até vários metros. A Visão de Calor igualmente seria a manipulação das propriedades térmicas, vistas saindo dos olhos, quando na realidade o cérebro é que as estaria manipulando. Viajar no ar, voando, seria o equivalente a manipular as ondas gravinerciais junto com as eletromagnéticas, pairando no ar e seguindo as trilhas EM. A superaudição também, tudo segue o mesmo rumo.

                            Mas agora, sendo um ser energético, o SH modelaria seu próprio rosto para parecer ligeiramente diferente do de Clark Kent, de modo que pareceria com ele, mas as pessoas não veriam assim; tirar os óculos seria apenas para não atrapalhar. E já que modela as ondas, não é o uniforme de pano que o protege das balas, nem o corpo de aço do Homem de Aço, mas o fato de que há uma pátina, um brilho de milímetros além do corpo que impede a chegada das balas, podendo ser endurecido indefinidamente. Ou amolecido, nas relações carnais com a Mirian Lane (Lois Lane, mais recentemente) depois do casamento. A proteção a ela e a tudo que ele toca diretamente até uma certa distância viria da mesma propriedade, comunicada aos objetos. Viajar no espaço seria possível porque ele criaria em volta de si uma separação. Quanto a se alimentar, já que ninguém o vê comendo, seria à custa de absorção das coisas, alimentos como tais elaborados ou matéria.

                            Sendo de uma raça mais avançada ele se desenvolve mentalmente de modo ultra-rápido, razão pela qual os pais adotivos devem ser professores universitários que vão morar na roça e podem pegar milhares de livros nas bibliotecas, consultando a Internet em banda larga e superlarga, fazendo parte de algum superprojeto governamental que lhes dê senha, ou desde cedo sendo incumbidos pelo governo (que descobre a nave, o que seria mais coerente) de cuidar do bebê, mudando de identidade na Proteção à Testemunha. Assim sendo, CK descobre muitas coisas de que os governos se apoderam repetidamente e introduzem na coletividade, tudo isso que se supõe ter vindo do programa espacial (isso alimentará os UFOnistas, os que acreditam em UFO’s ou OVNI’s, disco voadores), como sendo um projeto supersecreto sobre os objetos aprisionados na Área 51. Como o SH se desenvolve mais lentamente, envelhece mais lentamente, e isso é parcialmente passado ao pai e à mãe, já que Roswell é de 1947, creio. Não existe somente o SH, há outros, a Supermoça, que vieram juntos na supernave.

                            Abaixo da casa do SH há uma superestrutura, muito grande, para sustentar o supermenino em crescimento corporal, com superforça e tudo, e em crescimento mental, sugerindo que os russos tenham outros, desde o acidente na área de Tugunska, em 1908, e que os superseres russos é que permitiram o desenvolvimento espacial de lá.

                            Ao filme piloto colocando as novas condições se seguiria uma série para a qual se convidaria gente do Conhecimento (mágicos/artistas, teólogos/religiosos, filósofos/ideólogos, cientistas/técnicos e matemáticos), especialmente da pontescada científica (físicos/químicos, biólogos/p.2, psicólogos/p.3, informáticos/p.4,  cosmólogos/p.5, dialógicos/p.6), todos pressionando para extrair o máximo do menino, que às vezes fica zangado e destrutivo, e todos buscando furiosamente abrir o dicionárioenciclopédico galáctico que veio junto desde Krypton. Posso dar algumas idéias sobre a possibilidade de viagem. Nisso a nave trouxe alguns objetos radiativos na rabeira, que fazem mal ao menino.

                            Os agentes negros dos governos estão procurando fazer casar os superapaz com a supermoça, de modo a obter rebentos, mas outros temem que eles constituam uma dinastia e conquistem a Terra.

                            Nisso o superadolescente toma os objetos da nave e coloca no Antártica, onde funda a Fortaleza da Solidão, que vai crescendo para dentro do solo, se propagando rapidamente, tornando-se uma estrutura fantástica (só isso renderá muitos filmes da série), sendo essa a razão verdadeira da presença dos governos nessa região remota.

                            E há aí muitos motivos para crises pessoais (com indivíduos, com famílias, com grupos, com empresas) e ambientais (com municípios/cidades, estados, nações e mundo), na medida em que ele vai crescendo, se tornando mais velho, se cansa da exploração, cai em depressão, etc.

                            Em resumo, tais modificações podem renovar completamente o guarda-roupa do personagem, até porque o modelo pode propiciar muito mais elementos para alteração do espectro de sua existência na Terra. Digamos que os agentes designados para serem pai e mãe se apaixonam pelo menino e tentam fugir, sendo perseguidos e capturados, com grande raiva do garoto. Os parentes dos agentes são mantidos como reféns e os agentes se acomodam, passando mesmo a gostar um do outro, como se fossem o par de Arquivo X (propriedade da Fox) num nível mais elevado de raciocínio.

                            A série se tornará interessantíssima, recomposta como corpomental, e não apenas corporal.

                            Vitória, sábado, 11 de outubro de 2003.

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