Nossos Pensamentos
Num filme vi ainda
agora, vindo de Shakespeare e de seu texto Hamlet, o anúncio: “Nossos
pensamentos são nossos, mas não as conclusões”, o que me fez pensar que, por
exemplo, os até agora prontos 37 livros, tendo cada um em média 50 artigos,
significam 1,85 mil artigos, cada um tendo idealmente um pensamento central, no
conjunto fazendo quase dois mil pensamentos que se distribuirão pelo mundo, sem
falar nas 4,65 mil idéias e 3,35 mil patentes, somando 8,0 mil, mais os 618
textos grandes e pequenos do modelo, das posteridades e das ulterioridades,
estes tendo cada qual dezenas de idéias, digamos, para simplificar, 20 cada, no
conjunto 600 x 20 = 12, 0 mil, fazendo 12 + 8 + 2 = 22 mil idéias.
É interessante ver
isso, mas é terrificante também, porque o pensamento é como uma árvore que vem
das raízes de nossa razão e nossas emoções, subindo pelo tronco da expressão
até a mistura ou fusão com o ambiente nos galhos, folhas e frutos.
Que descendência
terão?
Desejamos pensar que
só teremos boa descendência, mas a verdade é que não temos alcance maior do que
aos filhos, ou sequer isso, e que depois de netos para frente nenhum controle
teremos, vivendo os descendentes misturados por conta própria. Nossas idéias se
misturarão com as de outros e ficarão cada vez menos parecidas com o que
realmente quisemos dizer. Tanto o lado positivo quanto o lado negativo serão
implementados a partir de nós, e lá para frente, queiramos ou não, nossos
pensamentos estarão incrementando através das fusões com os perversos as malignidades
que infelizmente contaminarão o mundo, do mesmo modo como as excelentes
intenções de Cristo foram dar na Inquisição e outros elementos torturantes.
Que fazer?
O que compensa é que
há o lado positivo, que nos salva ao não termos feito o esforço senão para
ajudar quem é passível ou necessita de ajuda. Se olhássemos só o lado negativo
melhor seria nem ter começado a escrever.
Vitória, domingo, 03
de agosto de 2003.
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