Não-Brancos
Do Almanaque Abril 2002, tomo Brasil, p.
141, podemos extrair um novo quadro daquele chamado “Distribuição da população
por Cor (%) – 1999”.
COR REARRANJADA
REGIÃO
|
PERCENTUAL
BRANCOS
|
PERCENTUAL
NÃO-BRANCOS
|
POPULAÇÃO
REGIÃO
(Milhões)
|
NÃO-BRANCOS
REGIÃO
(Milhões)
|
Norte
|
28,36
|
71,64
|
12,89
|
9,23
|
Nordeste
|
29,72
|
70,28
|
47,69
|
33,52
|
Centro-Oeste
|
46,21
|
53,79
|
11,62
|
6,25
|
Sudeste
|
64,02
|
35,98
|
72,30
|
26,01
|
Sul
|
83,62
|
16,38
|
25,09
|
4,11
|
BRASIL
|
53,35
|
46,65
|
169,59
|
79,12
|
Reunidos os
não-brancos eles significam considerável poder de negociação visando igualdade
de tratamento.
Mais ainda, tomando
que os senadores são três por estado, independentemente de PIB, área, população
e outros fatores, podemos contar que os estados do Norte (7), os do Nordeste
(9) e os do Centro-Oeste (4, incluído o DF, Distrito Federal, Brasília) somam
20 x 3 = 60 de 81 senadores ou 74 % do total nacional. Nas três regiões há 49
milhões de não-brancos (do total de 72,20 milhões de habitantes, 68 % da
população), idealmente representáveis por 41 senadores (68 % de 74 % de 81).
Como o ES tem 3,2 milhões de habitantes e 10 deputados federais, podemos tomar
grosso modo (e é isso mesmo) que cada deputado represente 300 mil habitantes,
pelo quê as três regiões citadas devem ter 240, dos quais uns 163 deveriam
expressar os sentimentos e os conceitos não-brancos. Isso muda tudo de figura
(que não se vá dividir o país em dois).
Realinhadas as
coisas assim, 41 senadores e 163 deputados, 204 congressistas (de uma
estimativa de 81 senadores + 566 deputados federais, 204/647, mais de 30 %
deles, fora os outros, do Sul e Sudeste, que podem compartilhar) formariam um
bloco ultrapoderoso, mesmo se (como é corrente) formado de brancos, homens e
mulheres, podendo transferir expressividade a esses excluídos.
Eis como, através de
uma visão ligeiramente deslocada da ortodoxia, podemos construir uma nação
significativamente mais justa e representativa dos interesses gerais, brancos e
não-brancos, porque os brancos temos muito a aprender com as outras raças, e
vice-versa. Interessa claramente aos brancos essa reviravolta, como já mostrei
nos textos sobre ocultamento socioeconômico.
Aprendendo novos
valores que as civilizações centrais de primeiro e segundo mundos não têm
podemos encontrar inserções produtivorganizativas surpreendentemente férteis,
dando-nos vantagens consideráveis e permitindo a incorporação de contingentes
incríveis na Psicologia de alma nacional brasileira.
Vitória, sábado, 04
de outubro de 2003.
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