quarta-feira, 22 de março de 2017


Não-Brancos

 

                            Do Almanaque Abril 2002, tomo Brasil, p. 141, podemos extrair um novo quadro daquele chamado “Distribuição da população por Cor (%) – 1999”.

                            COR REARRANJADA

REGIÃO
PERCENTUAL
BRANCOS
PERCENTUAL NÃO-BRANCOS
POPULAÇÃO REGIÃO
(Milhões)
NÃO-BRANCOS
REGIÃO (Milhões)
Norte
28,36
71,64
12,89
9,23
Nordeste
29,72
70,28
47,69
33,52
Centro-Oeste
46,21
53,79
11,62
6,25
Sudeste
64,02
35,98
72,30
26,01
Sul
83,62
16,38
25,09
4,11
BRASIL
53,35
46,65
169,59
79,12

                            Reunidos os não-brancos eles significam considerável poder de negociação visando igualdade de tratamento.

                            Mais ainda, tomando que os senadores são três por estado, independentemente de PIB, área, população e outros fatores, podemos contar que os estados do Norte (7), os do Nordeste (9) e os do Centro-Oeste (4, incluído o DF, Distrito Federal, Brasília) somam 20 x 3 = 60 de 81 senadores ou 74 % do total nacional. Nas três regiões há 49 milhões de não-brancos (do total de 72,20 milhões de habitantes, 68 % da população), idealmente representáveis por 41 senadores (68 % de 74 % de 81). Como o ES tem 3,2 milhões de habitantes e 10 deputados federais, podemos tomar grosso modo (e é isso mesmo) que cada deputado represente 300 mil habitantes, pelo quê as três regiões citadas devem ter 240, dos quais uns 163 deveriam expressar os sentimentos e os conceitos não-brancos. Isso muda tudo de figura (que não se vá dividir o país em dois).

                            Realinhadas as coisas assim, 41 senadores e 163 deputados, 204 congressistas (de uma estimativa de 81 senadores + 566 deputados federais, 204/647, mais de 30 % deles, fora os outros, do Sul e Sudeste, que podem compartilhar) formariam um bloco ultrapoderoso, mesmo se (como é corrente) formado de brancos, homens e mulheres, podendo transferir expressividade a esses excluídos.

                            Eis como, através de uma visão ligeiramente deslocada da ortodoxia, podemos construir uma nação significativamente mais justa e representativa dos interesses gerais, brancos e não-brancos, porque os brancos temos muito a aprender com as outras raças, e vice-versa. Interessa claramente aos brancos essa reviravolta, como já mostrei nos textos sobre ocultamento socioeconômico.

                            Aprendendo novos valores que as civilizações centrais de primeiro e segundo mundos não têm podemos encontrar inserções produtivorganizativas surpreendentemente férteis, dando-nos vantagens consideráveis e permitindo a incorporação de contingentes incríveis na Psicologia de alma nacional brasileira.

                            Vitória, sábado, 04 de outubro de 2003.

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