terça-feira, 7 de março de 2017


Gosto do Consumidor

 

                            Li num filme, creio que o nome era Joe Sujo (peguei pedacinhos, e é chato à bessa), na cena em que ele fica perguntando ao dono de uma remota loja de fogos de artifício se têm isso e aquilo e ele não têm nada, exceto o que gosta de vender, ao que o JS responde: “o consumidor é que tem de gostar”.

                            Isso possibilita a colocação de uma empresa exatamente com esse nome: GOSTO DO CONSUMIDOR. É que nunca vi em parte alguma uma empresa dedicada a pesquisar para as outras as condições de venda dilatada dos produtos fabricados pelas encomendantes do presumido serviço. Os produtores, as indústrias, e os vendedores, o comércio, têm como certo que basta a intuição (nem naquilo que é supostamente mais natural, o sexo, podemos fazer o melhor apenas pensando cada um isoladamente e desde o início) para dar o melhor quadro de referência da comercialização ou venda em atacado ou a varejo.

                            Seria preciso preparar técnicos e artistas para sondar as opiniões dos consumidores e isso de duas óticas: 1) a interna, os pensamentos próprios do que seja a Psicologia - figuras ou psicanálises, objetivos ou psico-sínteses, produções ou economias, organizações ou sociologias, espaçotempos ou geo-histórias – do adquirente; 2) a externa, a sondagem de campo. E tudo isso tanto do LADO POSITIVO, pela aquisição real, quanto do LADO NEGATIVO, as críticas, que nunca são averiguadas.

                            Deveríamos ser capazes de investigar as vontades dos compradores, da clientela. Por exemplo, se um determinado tapete é comprado evidentemente alguém gostou dele, mas ninguém vai aos PROCON’s (Defesa do Consumidor) saber das queixas sobre os defeitos de fabricação, ninguém visita as residências dos consumidores para saber o que deu errado, ninguém vai às oficinas verificar os defeitos de uso. O controle de qualidade, que avançou tanto, não se completou, não foi a 100 %, ficou apenas no desejo incontrolável de vender e se apoderar do dinheiro alheio. Não há ainda, nem remotamente, a EMPRESA ABSOLUTA, aquela que não deixa escapar nada. Não há enquetes nas ruas, só as pesquisas de RECALL (lembrança de marca ou produto).

                            É aqui que podemos mundialmente nos inserir.

                            Vitória, sexta-feira, 01 de agosto de 2003.

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