sexta-feira, 24 de março de 2017


Êta, Trem!

 

                            Lá por 1985 a 1987 escrevi um texto falando do encompridamento da ferrovia Vitória-Minas desde João Neiva até o mais extremo Nordeste, passando por Linhares, em lugar de implantarem aquela estupidez da Ferrovia Norte-Sul de Sarney.

                            Tempos depois, lá por 1991, falei da colocação de trens ultrarrápidos no ES, tipo aqueles trens-bala japoneses e alemães, ou os maglev (levitadores magnéticos) que estavam sendo também testados no Brasil, particularmente em São Paulo. Não seria tão difícil, pois a área do ES é pequena, apenas 45.597 km2, e as distâncias curtas, no máximo 100 km de leste a oeste e 450 km de norte a sul, esta última menos de uma hora de viagem nos trens que correm a 500 km/h.

                            Agora Paulo Hartung Gomes está implantando o primeiro governo profissional do ES e pode ser que ele e outros sejam capazes de ver no estado um potencial de fazer que outros não viram e nem sequer sonharam.

                            Já temos a Vitória-Minas, que é de propriedade da CVRD (Companhia Vale do Rio Doce, antiga estatal), e o ramal que passa por Cachoeiro de Itapemirim, que deve ser federal. Faltaria reconstruir a linha que ia de Cachoeiro a Marataízes, construir a linha até a Bahia, estender uma outra até MG, passando por Venda Nova do Imigrante e compor realmente uma malha ferroviária para, principalmente, transporte maciço de cargas, com vagões turísticos abertos aos passageiros. Valeria a pena ter um Ferroviária Praiana ou pelo menos atender àquela antiga aspiração dos moradores de Conceição da Barra, de ter os trilhos indo até Itaúnas, vila na divisa com a Bahia. Entregue a exploração à iniciativa privada o ES estaria habilitado a transportar gigantescas quantidades de cargas, muitos milhões de toneladas, já que temos muitos portos. Essa ligação com o Nordeste é vital, porque assim ele vazaria em relação ao restante do Mercosul.

                            Que os governantes não tenham um Plano Ferroviário Capixaba de porte diz-nos da falta de visão do passado, o que chega a ser arrepiante, pensar na pequenez daqueles governos e executivos.

                            Vitória, domingo, 12 de outubro de 2003.

Nenhum comentário:

Postar um comentário