Êta, Trem!
Lá por 1985 a 1987
escrevi um texto falando do encompridamento da ferrovia Vitória-Minas desde
João Neiva até o mais extremo Nordeste, passando por Linhares, em lugar de
implantarem aquela estupidez da Ferrovia Norte-Sul de Sarney.
Tempos depois, lá
por 1991, falei da colocação de trens ultrarrápidos no ES, tipo aqueles
trens-bala japoneses e alemães, ou os maglev (levitadores magnéticos) que
estavam sendo também testados no Brasil, particularmente em São Paulo. Não
seria tão difícil, pois a área do ES é pequena, apenas 45.597 km2, e
as distâncias curtas, no máximo 100 km de leste a oeste e 450 km de norte a sul,
esta última menos de uma hora de viagem nos trens que correm a 500 km/h.
Agora Paulo Hartung
Gomes está implantando o primeiro governo profissional do ES e pode ser que ele
e outros sejam capazes de ver no estado um potencial de fazer que outros não
viram e nem sequer sonharam.
Já temos a
Vitória-Minas, que é de propriedade da CVRD (Companhia Vale do Rio Doce, antiga
estatal), e o ramal que passa por Cachoeiro de Itapemirim, que deve ser
federal. Faltaria reconstruir a linha que ia de Cachoeiro a Marataízes,
construir a linha até a Bahia, estender uma outra até MG, passando por Venda
Nova do Imigrante e compor realmente uma malha ferroviária para,
principalmente, transporte maciço de cargas, com vagões turísticos abertos aos
passageiros. Valeria a pena ter um Ferroviária Praiana ou pelo menos atender
àquela antiga aspiração dos moradores de Conceição da Barra, de ter os trilhos
indo até Itaúnas, vila na divisa com a Bahia. Entregue a exploração à
iniciativa privada o ES estaria habilitado a transportar gigantescas
quantidades de cargas, muitos milhões de toneladas, já que temos muitos portos.
Essa ligação com o Nordeste é vital, porque assim ele vazaria em relação ao
restante do Mercosul.
Que os governantes
não tenham um Plano Ferroviário Capixaba de porte diz-nos da falta de visão do
passado, o que chega a ser arrepiante, pensar na pequenez daqueles governos e
executivos.
Vitória, domingo, 12
de outubro de 2003.
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