sexta-feira, 24 de março de 2017


Elaine Morgan

 

                            Ela é feminista dona de casa galesa (País de Gales, Grã-Bretanha) que se tornou escritora da BBC, ouvi no programa da Discovery sobre a Teoria do Macaco Aquático. O fato de ser dona de casa não a desmerece, só que não há qualificação acadêmica, o que poder ser uma vantagem, porque não se fica preso nas malhas da pertinência e da aprovação. Era de Hardy em 1942 a idéia que mais à frente ela adotou e desenvolveu. Não há ainda informações dela na Britannica de papel e certamente não vai haver nas outras, enquanto na Internet não voltam informações simples e diretas qualificando-a.

                            Contando que temos gordura em excesso e pelos em falta, como os animais marinhos, ela diz que o passado humano na realidade não foi nas savanas e sim na água.

                            Um certo Weeler mostrou que a temperatura um metro e meio acima do solo chega a ser até 20 graus menos que ao nível dele na África, o que pode apontar porque o ser humano adotou postura ereta e as outras vinte e tantas espécies de antropóides não. A essa pequena altura há maior ventilação, também. E para quê necessitaríamos disso? Uma razão pode ser que um cérebro bem maior, com maior circulação de sangue, gera maior quantidade de calor na cabeça, que necessitaria então de refrigeração – se o ser humano estava desenvolvendo um cérebro grande, essa pode ser a razão.

                            A razão para mais gordura é que se os pelos caíram quase todos e o ser humano vivia num lugar frio, fazia todo sentido ter uma proteção espessa ou superespessa. Se houve perda de pelo e veio a glaciação (a EVA MITOCONDRIAL e o ADÃO Y surgiram em espaços e tempos próximos na África) faria muito sentido agregar gordura, especialmente nos bebês, que precisam ainda de maior proteção. Uma solução alternativa é arranjar uma pele artificial, como foi feito.

                            Ora, 200 mil anos fica entre as glaciações e se ambos estavam se desenvolvendo abaixo do paralelo 23 (23º Sul, sobre São Paulo, Brasil, cobrindo na África a Namíbia, Botsuana, África do Sul, Lesoto e parte de Moçambique) é bem provável que eles tivessem sido pegados geograficamente dentro dela, ou, se mudaram oportunisticamente para as áreas desprovidas de predadores, fugindo da competição, enquanto, pelo contrário, estes iam para o norte, fugindo do frio, então mudaram suas conformações para o frio. Penso que os hominídeos de onde viemos foram pegados pelo frio, se desenvolveram nele e migraram depois para o calor já com a imensa vantagem de um cérebro grande (e, melhor ainda, um gerador de autoprogramas, GAP, de grande potência resolutiva) e crescente, e o poder em desenvolvimento do bando, da PESSOA (indivíduo, família, grupo e empresa) e depois, milênios depois, dos AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo, uma crescente Rede Legal).

                            A seqüência pode ter sido diferente daquela visualizada pela Morgan. Seria preciso ver se os esqueletos descobertos são do sul da África e se foram encontrados em regiões de gelo, inclusive o que eram então geleiras eternas em montanhas agora desprovidas delas.

                            Se o ser humano se desenvolvesse na água, como disse no artigo Marcas Internas do Ambiente, neste Livro 45, teríamos marcas aquáticas em nós, por exemplo, membranas entre os dedos dos pés e das mãos. Ademais, na água não há árvores para nos escondermos, não há obstáculos entre nós e o predador, e a velocidade de locomoção é muito menor, bem como a visão pior, e outros índices. E onde, para perguntar logo, haveria tanta água assim, internamente nos continentes?

                            A hipótese dela faz pensar, mas não parece verdadeira.

                            Vitória, quinta-feira, 09 de outubro de 2003.

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