Chamando a Atenção
Como é que os
escritores chamam a atenção das PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e
empresas) e dos AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo)?
Por exemplo, num dos
antigos deste Livro 45 coloquei o título de AS CINCO DITADURAS, do que as
pessoas nunca ouviram falar. O texto tem 334 palavras e se demorarmos um décimo
de segundo para ler cada uma serão 33,4 segundos, meio minuto pelo menos, para
as pessoas mais ligeiras. Como o tempo é pouco para tudo que achamos que temos
de fazer nas vidas curtas que temos de 2/3 (1/3 gastamos dormindo), todo
segundo é precioso, nem que seja para fazermos nada. Ler é um sacrifício, é
preciso ser muito disciplinado para fazê-lo com freqüência, e as pessoas não
são atraídas facilmente para a leitura, principalmente num país de iletrados
(há cinco níveis de leitura, diz o modelo – cinco patamares de de/cifração)
como é o Brasil. Então você deve atrair pelo título, que por princípio COMPACTA
o sentido geral a seguir, isto é, transfere instantaneamente a idéia, ao tempo
em que exerce grande apelo de leitura, torna a pessoa curiosa ou curiosíssima.
Ninguém, nunca, em
parte alguma do mundo, pela boca/cabeça de qualquer um, ouviu falar de cinco
ditaduras, sequer de três, exceto se temporalmente seqüenciadas, quer dizer, se
sucedendo no tempo, o que não é o caso. Ora, isso atrai pela novidade: que é
isso de CINCO ditaduras? É possível?
Carmem Miranda
chamava atenção pela parafernália na cabeça, quando não pelos vestidos, que
logo se esgotariam enquanto possibilidade da forma. Então, com grande
sabedoria, ela apelou para a cabeça, porque se colocasse aquilo em volta do
corpo fatalmente atrapalharia seus movimentos na dança.
Quão chamativo deve
ser o apelo? Em seis bilhões de indivíduos, muito; em 1,5 bilhão de famílias,
muito; em várias centenas de milhões de grupos, muito. Nos EUA, país mais rico,
poderoso e exigente do mundo, com 290 milhões de habitantes que já viram de
tudo ou quase tudo, muito – é preciso grande esforço continuado para se destacar,
mesmo se as formestruturas, digamos a cinematográfica, já estão preparadas para
de tempos em tempos projetar alguns.
Aliás, poderíamos e
deveríamos estudar as FORMESTRUTURAS DE PROJEÇÃO ou, dizendo de outro modo, as
tecnartes da autopromoção e da promoção ou propaganda alheia.
Vitória, terça-feira,
14 de outubro de 2003.
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