quinta-feira, 9 de março de 2017


Batalha e Acordo dos Pares

 

                            No livro de Mário Ferreira dos Santos, Pitágoras e o Tema do Número, São Paulo, IBRASA, 2000, p. 163, o autor coloca: “O combate entre os grupos os análoga num logos, que é o embate entre as forças adversas, que buscam prevalecer e dominar a outra. Há, assim, no combate, uma harmonia. (Escolhemos este exemplo, porque seria o que mais parece aos olhos como desarmônico, e que serve bem para explicar o conceito de harmonia pitagórica).

                            “No combate, há uma acordância de discordantes. As partes atacam e defendem, e apesar da variância das posições e das atitudes, ambas se analogam, no embate, no mesmo logos da batalha, como batalhadores, como combatentes, com fins idênticos e idênticas funções, tomadas apenas formalmente”.

                            Mais recentemente, pensemos em todas estas oposições/complementações: no Talibã e nos EUA, nos EUA e no Iraque, nos terroristas e nos que eles combatem, em Cuba e nos EUA, e em todas as disputas: como poderiam essas disputas estar propondo a harmonização?

                            Pois veja que há uma MÉTRICA DE OPOSIÇÃO/COMPLEMENTAÇÃO, um padrão que mede as tensões entre os pares polares de opostos/complementares, por exemplo, entre homens e mulheres. Como o T é o signo do equilíbrio e é o cognato (veja no Livro 2, Rede e Grade Signalítica, e traduza pela Rede Cognata para ver que é mesmo T = EQUILÍBRIO) exato dele, meçamos em unidades-de-T a harmonia, e em anti-T ou G as oposições, que levam A em direção/sentido de B e vice-versa. Assim, se H e 1/H estão 200 T de distância, armou-se entre eles uma enorme tensão, um tensor gigantesco, e só um grande conflito harmonizador permitirá aproximar os opositores/complementadores, dentro do ciclo próprio. Um dia EUA e Iraque serão grandes amigos, mas por enquanto devem esvaziar as tensões. Ocidente e Oriente já estiveram mais longe. Cristãos e muslims irão um dia se harmonizar, mas por enquanto estranham-se.

                            Ora, os acadêmicos, mais uma vez, não têm uma prateoria das tensões, das disputas, das batalhas de pares. Não têm até por não reconhecerem o mecanismo. Como é que os pares se distanciaram, em primeiro lugar? Como se firmaram em suas posições? Como consolidaram suas inimizades por meio de um coletivo antagônico de sinais? Como partiram para o choque? Como se deram os embates? Como fizeram a trégua? Como trocaram presentes favorecedores do novo estagio de troca? Como passaram a revalorizar os significados e os significantes da linguagem DE TER e DE SER do Outro? Como remeteram e receberam Conhecimento e em especial tecnociência relevante? Como fundiram signos de uma e outra cultura? Como festejaram as mesmas coisas que odiavam antes?

                            Você vê, a Academia está atrasada.

                            Não obstante, já com Pitágoras e sua Escola, há 2,5 mil anos essas discussões eram travadas. Veja só que tremenda cagada foi o Ocidente ter matado no nascedouro a dialética pitagórica! Tivessem continuado naquele caminho e teriam chegado ao LOGOS (DUPLOS) DE ANALOGAÇÃO, que dizer, os TERMOS DE TROCA, a língua de diplomacia que teria evitado tantos embates ridículos, do mais baixo nível. E isso racionalmente, e não sentimentalmente – quer dizer, como uma TEORIA PROVÁVEL, matemática mesma.

                            Vitória, domingo, 31 de agosto de 2003.

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