Batalha e Acordo dos
Pares
No livro de Mário
Ferreira dos Santos, Pitágoras e o Tema
do Número, São Paulo, IBRASA, 2000, p. 163, o autor coloca: “O combate
entre os grupos os análoga num logos, que é o embate entre as forças adversas,
que buscam prevalecer e dominar a outra. Há, assim, no combate, uma harmonia.
(Escolhemos este exemplo, porque seria o que mais parece aos olhos como
desarmônico, e que serve bem para explicar o conceito de harmonia pitagórica).
“No combate, há uma
acordância de discordantes. As partes atacam e defendem, e apesar da variância
das posições e das atitudes, ambas se analogam, no embate, no mesmo logos
da batalha, como batalhadores, como combatentes, com fins idênticos e
idênticas funções, tomadas apenas formalmente”.
Mais recentemente,
pensemos em todas estas oposições/complementações: no Talibã e nos EUA, nos EUA
e no Iraque, nos terroristas e nos que eles combatem, em Cuba e nos EUA, e em
todas as disputas: como poderiam essas disputas estar propondo a harmonização?
Pois veja que há uma
MÉTRICA DE OPOSIÇÃO/COMPLEMENTAÇÃO, um padrão que mede as tensões entre os
pares polares de opostos/complementares, por exemplo, entre homens e mulheres.
Como o T é o signo do equilíbrio e é o cognato (veja no Livro 2, Rede e Grade Signalítica, e traduza
pela Rede Cognata para ver que é mesmo T = EQUILÍBRIO) exato dele, meçamos em
unidades-de-T a harmonia, e em anti-T ou G as oposições, que levam A em
direção/sentido de B e vice-versa. Assim, se H e 1/H estão 200 T de distância,
armou-se entre eles uma enorme tensão, um tensor gigantesco, e só um grande
conflito harmonizador permitirá aproximar os opositores/complementadores,
dentro do ciclo próprio. Um dia EUA e Iraque serão grandes amigos, mas por
enquanto devem esvaziar as tensões. Ocidente e Oriente já estiveram mais longe.
Cristãos e muslims irão um dia se harmonizar, mas por enquanto estranham-se.
Ora, os acadêmicos,
mais uma vez, não têm uma prateoria das tensões, das disputas, das batalhas de
pares. Não têm até por não reconhecerem o mecanismo. Como é que os pares se
distanciaram, em primeiro lugar? Como se firmaram em suas posições? Como
consolidaram suas inimizades por meio de um coletivo antagônico de sinais? Como
partiram para o choque? Como se deram os embates? Como fizeram a trégua? Como
trocaram presentes favorecedores do novo estagio de troca? Como passaram a
revalorizar os significados e os significantes da linguagem DE TER e DE SER do
Outro? Como remeteram e receberam Conhecimento e em especial tecnociência
relevante? Como fundiram signos de uma e outra cultura? Como festejaram as
mesmas coisas que odiavam antes?
Você vê, a Academia
está atrasada.
Não obstante, já com
Pitágoras e sua Escola, há 2,5 mil anos essas discussões eram travadas. Veja só
que tremenda cagada foi o Ocidente ter matado no nascedouro a dialética
pitagórica! Tivessem continuado naquele caminho e teriam chegado ao LOGOS
(DUPLOS) DE ANALOGAÇÃO, que dizer, os TERMOS DE TROCA, a língua de diplomacia
que teria evitado tantos embates ridículos, do mais baixo nível. E isso
racionalmente, e não sentimentalmente – quer dizer, como uma TEORIA PROVÁVEL,
matemática mesma.
Vitória, domingo, 31
de agosto de 2003.
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