terça-feira, 7 de março de 2017


As Cozinhas Atuais

 

                            Quando eu era criança apareceu a fórmica e o sonho de toda mulher terceito-mundista era obter um armário de cozinha em “folhas de fórmica” como a “última palavra em elegância” e funcionalidade. Então, nas décadas dos 1970 apareceu a cozinha modulada, toda feitinha para o espaço da casa onde devesse caber. Encaixava-se perfeitamente e nele “cabia de tudo”. Tinha quem tinha e tinha os pobres e miseráveis. A dignidade não ia visitar os que não tivessem cozinhas moduladas.

                            Depois, na década dos 1990 e de 2000 foram projetadas outras melhores, perfeitas mesmo, a que algumas empresas do ES deram o nome de COZINHAS PROJETADAS, um sonho de consumo que geralmente é pago em mais de dez prestações (nada pequenas), até em 20, podendo chegar a custar dez ou vinte mil dólares, mesmo para os médios-baixos, para não falar para os médios-altos e os ricos. São extasiantes de fato, completamente alumbrantes, não se podendo imaginar quando começaram o ponto que atingiriam algumas décadas adiante. E o que mais farão em 30 ou 40 anos?

                            Falo disso para mostrar a dignidade a que se pode chegar com um pouco de liberação feminina, ou da mulher, a partir justamente das décadas dos 1950 e dos 1960. Imagine-se o que o vetor da liberdade, o livre-arbítrio, pode conseguir para aqueles a que está dirigido e para todos os seres humanos? Foi o fato de que precisávamos dar maior atenção às mulheres e elas queriam mais e melhor que os pesquisadores & desenvolvedores foram criando objetos e processos, programas e máquinas que deram às cozinhas atuais esse jeito quase etéreo, celeste.

                            Vitória, sábado, 23 de agosto de 2003.

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