As Cozinhas Atuais
Quando eu era
criança apareceu a fórmica e o sonho de toda mulher terceito-mundista era obter
um armário de cozinha em “folhas de fórmica” como a “última palavra em
elegância” e funcionalidade. Então, nas décadas dos 1970 apareceu a cozinha
modulada, toda feitinha para o espaço da casa onde devesse caber. Encaixava-se
perfeitamente e nele “cabia de tudo”. Tinha quem tinha e tinha os pobres e
miseráveis. A dignidade não ia visitar os que não tivessem cozinhas moduladas.
Depois, na década
dos 1990 e de 2000 foram projetadas outras melhores, perfeitas mesmo, a que
algumas empresas do ES deram o nome de COZINHAS PROJETADAS, um sonho de consumo
que geralmente é pago em mais de dez prestações (nada pequenas), até em 20,
podendo chegar a custar dez ou vinte mil dólares, mesmo para os médios-baixos,
para não falar para os médios-altos e os ricos. São extasiantes de fato,
completamente alumbrantes, não se podendo imaginar quando começaram o ponto que
atingiriam algumas décadas adiante. E o que mais farão em 30 ou 40 anos?
Falo disso para
mostrar a dignidade a que se pode chegar com um pouco de liberação feminina, ou
da mulher, a partir justamente das décadas dos 1950 e dos 1960. Imagine-se o
que o vetor da liberdade, o livre-arbítrio, pode conseguir para aqueles a que
está dirigido e para todos os seres humanos? Foi o fato de que precisávamos dar
maior atenção às mulheres e elas queriam mais e melhor que os pesquisadores
& desenvolvedores foram criando objetos e processos, programas e máquinas que
deram às cozinhas atuais esse jeito quase etéreo, celeste.
Vitória, sábado, 23
de agosto de 2003.
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