As Coisas Mudam
Eis o que Isaac
Asimov diz em seu livro Antologia 2
(1974 a 1989), Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1992 (original americano de
1989), p. 19: “Vejam só como as coisas mudam. Se antes era o latim o distintivo
da inteligência, agora é a ciência, coisa que me beneficia, porque, embora eu
não conheça quase nada do latim, conto com um bom conhecimento científico. Ou
seja: sem alterar um único neurônio, eu teria sido burro em 1775 e sou
inteligente em 1975”.
Talvez em 2175 os
que conheçam ciências sejam considerados burros novamente (o que parece desde
já impossível).
De fato, vejamos o
Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia,
Ciência/Técnica e Matemática), nele a pontescada tecnocientífica, nela a
pontescada científica que representa as naturezas: a Física/Química N.0 (até o
primeiro ser vivo), a Biologia/p.2 N.1 (até o primeiro racional), a
Psicologia/p.3 N.2 (até o primeiro ser-novo), a Informática/p.4 N.3 (até a
hipermente), a Cosmologia/p.5 N.4 (até o salto ao infinito) e a Dialógica/p.6
N.5 (até a armação e disparo da bomba dialógica).
Então, em N.3 nascem
os seres-novos, que terão outra arquiengenharia MIC (memória, inteligência e
controle) e outros interesses MEI (matéria, energia e informação). Já não fará,
talvez, muito sentido “saber” distintivamente alguma coisa, porque tudo estará
disponível em memórinteligências acopláveis.
Asimov identificou
bem a questão, só não completou no sentido de não favorecer a Ciência e a
Técnica: é um ciclo de altos e baixos, de subidas e descidas. Antes eram os do
ócio, depois os do lazer; antes os literatos, depois os do trabalho
tecnocientífico, etc., em revezamento, que no final das contas é jogo de
afirmação e reafirmação muito chato. Mas fica a questão dele de que os sistemas
de classificação são interesseiros.
Vitória,
terça-feira, 05 de agosto de 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário