A Potencialização dos
Gênios
Não nos
envergonhamos de usar óculos quando nossos olhos falham, nem de usar roupas
sabendo-nos desprovidos de proteções naturais contra o frio e as intempéries,
nem de nos abrigarmos em casas por sermos frágeis, nem de usar vários
componentes naturais e artificiais quando nossos corpos falham, ou de remédios
e tanta coisa mais, de modo que qual seria a razão de não aproveitarmos melhor
os gênios?
Nós o fazemos quando
lemos livros dos que foram além de nossas capacidades, quando nos dispomos a
aprender, quando vemos filmes e nos deliciamos com os grandes criadores, pois em
tudo que vivemos engrandecemos a inventividade dos inventores e o mundo está
coalhado de milhões de objetos que não fomos nós que fizemos. Tudo que fazemos
coletivamente é um tributo à genialidade. Como já mostrei, seríamos bem
pequenos apenas como indivíduos perante os avanços das PESSOAS (indivíduos,
famílias, grupos e empresas) e dos AMBIENTES (municípios/cidades, estados,
nações e mundo), sete níveis construtivos além de cada um de nós, isoladamente.
A humanidade não é a
separação, mas a junção, e tenho cuidado justamente de recuperar parcialmente a
liberdade do indivíduo, retratando que ela está sendo continuamente diminuída,
com o exagero de coletivização.
Mas não vejo nada
que retrate como os gênios, os criadores solitários em sua rotina de vida,
cavam fundo para nos levar além e muito além do que cada um de nós
separadamente conseguiria. Não há museus dedicados aos gênios e a essa
dilatação que nos proporcionam, não há documentários, não foram feitos
bastantes filmes. É decepcionante, é desabonador e é deselegante da nossa parte
essa ingratidão, não sabermos agradecer tudo que foi feito por nós, pelo menos
sob a forma de representação simbólica. Tanto eles nos potencializam, nos
elevam, nos enlarguecem e nos aprofundam, quanto nós em resposta deveríamos
mostrar nosso reconhecimento.
Vitória,
terça-feira, 14 de outubro de 2003.
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