terça-feira, 21 de fevereiro de 2017


Vila de Pescadores

 

                            Foi Gabriel que disse isso ao ver antiga fotografia do Porto de Hong Kong, cidade de Vitória, que “recebe anualmente mais de 10 mil navios nos seus 27 km de cais acostável”. A enciclopédia Conhecer é de 1969 (São Paulo, Abril Cultural), volume XI, página 2.598.

                            De fato, a HK de então pareceria uma vila de pescadores, com um ou outro prédio. O que a teria propulsionado a ser depois essa potência econômica de hoje?

                            A ilha em si é como a de Vitória, ES, Brasil, tem apenas 75 km2 (a daqui tem 80 km2), em volta atingindo-se ao todo no antigo território, desde 1997 reincorporado à China, 1.913 km2. Não se poderia esperar muito de um lugar assim. Entrementes HK se tornou uma potência mundial, agressivamente exportadora, um dos quatro dragões ou tigres, sei lá.

                            Para se ter uma idéia, a renda percapita em 1999 era para a China de 780 dólares, enquanto HK ficava com quase 25 mil. Não há dados de população no Almanaque Abril 2002, mas no de 1997 consta que a população era de seis milhões, pelo quê podemos estimar um PIB maior do que US$ 150 bilhões, pelo menos 50 % maior que o de Portugal.

                            Sair de uma vila de pescadores a essas dimensões em talvez 30 ou 40 anos é uma proeza, significando muito trabalho do povo e consideráveis e constantes acertos das elites, no que o Brasil é deficiente, não tanto em trabalho do povo, mas em superapropriação pelas elites, exploração desavergonhada, e muitos erros cometidos. É ISSO que deve ser investigado: como é que certas elites foram mais competentes que outras e o que significou EXATAMENTE a incompetência dos incapazes? No que as elites atrasadas e infiéis erraram?

                            Essa é a pergunta central.

                            Vitória, sábado, 24 de maio de 2003.

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