Transformação do Espaçotempo e da
Psicologia
Quando a gente
depara com um gênio verdadeiro (a que desejei dar o nome de “total”, apenas
para diferençar da genialidade parcial, aquela que produz soluções
fragmentárias), vê nele o brotar de esclarecimentos, que se desdobram em muitas
áreas. Uma simples frase, até uma palavra pode significar muito.
Por exemplo, na
revista Scientific American
(Cientista Americano, finalmente sendo publicada no Brasil), ano I, nº 12,
maio/2003, p. 22 e seguintes, há um artigo de Henrique Lins de Barros, “O Legado de Santos Dumont”. Na página
27 o autor coloca: “O ano de 1909 foi fundamental na história da aviação. O que
parecia um esporte ganhava projeção mundial. As feiras e exposições
contribuíram para isso, mas foi a travessia do Canal da Mancha, realizada por
Blériot em 25 de julho, que impressionou os militares. Santos Dumont
cumprimentou o amigo: ‘Esta transformação da geografia é uma vitória da
navegação aérea sobre a navegação marítima. Um dia, talvez, graças a você, o
avião atravessará o Atlântico’. Ao receber as congratulações, Blériot
respondeu: ‘Eu não fiz mais que segui-lo e imitá-lo. Seu nome para os aviadores
é uma bandeira. Você é o nosso líder’”, negrito e colorido meus.
Observe que ele diz
TRANSFORMAÇÃO DA GEOGRAFIA.
Vejamos a Psicologia
no modelo: psicanálises ou figuras, psico-sínteses ou objetivos, produções ou
economias, organizações ou sociologias, espaçotempos ou geo-histórias. Mudando
a geografia muda a história, muda todo o espaçotempo humano. Muda todo o resto
também: as figuras, os objetivos, as economias, as organizações humanas,
conforme posiciona o modelo.
Bem além está tudo
isso, em particular o outro componente do par oposto/complementar da GH ou
geo-história, a história, que será mudada também, assumindo outros contornos,
acelerando-se. Reduzindo, muda a geografia, que fica encurtada, enquanto
possibilidades do ir, e encompridada, enquanto contatos dos povos. Isso quer
dizer que os meios de transporte na Bandeira Elementar (no ar, na água, em
terra/solo e no fogo/energia) mudam também. As cidades/municípios, os estados,
as nações e o mundo mudam. As pessoas (indivíduos, famílias, grupos, empresas)
mudam, devem aceitar reconformar-se, devem partilhar a TRANS-FORM/AÇÃO, ato
permanente de transformar.
Tudo muda.
Veja o que faz uma
única invenção e a importância suprema dos inventores, que sempre foram tidos
como inferiores. Na realidade não o são (nem superiores também, apenas
respeitáveis).
Quando o televisor
foi introduzido, ele mudou a paisagem humana. Quando QUALQUER invenção é
introduzida, ela muda os cenários humanos. Qualquer intervenção fá-lo, mas a
inserção das invenções é mais aguda. Assim sendo, quando o Brasil está inventando,
ele está introduzindo brasilidade noutros países. E vice-versa. Quando os
americanos inventam, eles introduzem americanidade no mundo; como inventam
muito, ou lá são patenteadas (conformadas com o jeito americano de ser, o
american way of life) ou registrados tantos inventos, que porisso devem se
con-formar àquele jeito, evidentemente o mundo está sendo redesenhado à moda
americana, com cada vez menos nacionalidade dos outros países.
Eis o que Santos
Dumont percebeu tão profundamente e que os governos e empresas brasileiros
(as), mesmo 94 anos depois, não são capazes de enxergar: que as invenções são
fundamentais, fundamento de toda e qualquer nacionalidade. O Espírito Santo não
pode ficar para trás, mesmo se o restante do Brasil não caminhar a contento. O governo
estadual e municipais/urbanos capixabas devem fazer seu trabalho de casa.
Vitória,
quarta-feira, 28 de maio de 2003.
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