Saudações a Eddington
Na Scientific American nº 12, Ano I,
maio/2003, p.52, está escrito: “O físico inglês Arthur Eddington sugeriu, em
1920, que a fusão nuclear energizava o Sol, mas os esforços para confirmar os
detalhes críticos esta idéia, nos anos 60, encontraram uma difusa barreira:
experimentos para detectar um subproduto diferenciado das reações de fusão
solares – fantasmagóricas partículas chamadas neutrinos – somente observaram
uma fração do número esperado delas. Foi só no ano passado com os resultados do
observatório Sudbury Neutrino Observatory (SNO), nas proximidades de Sudbury,
Ontário, no Canadá, que os físicos resolveram a charada e confirmaram a
previsão de Eddington”.
Arthur Stanley
Eddington, pai da dinâmica estelar, nasceu no Reino Unido em 1882 e morreu em
1944, 62 anos entre datas. Estava com menos de 40 anos quando fez a previsão
mencionada. Eis um profeta científico que 80 anos antes da descoberta previu a
necessidade. São essas pré-visões tecnocientíficas que mais nos emocionam, pois
não dependem de nenhuma introvisão, só de pensamento, só de lógica. Não foi
nenhum animista, nem um teólogo, nem um ideólogo, dentre todos os proponentes
do Conhecimento (magos e artistas, teólogos e religiosos, filósofos e
ideólogos, cientistas e técnicos, e matemáticos) geral, foi especificamente um
cientista, com toda segurança. Embora todos sejam necessários, uma única
previsão científica que se confirme nos dá alento para prosseguir na busca
constante e cansativa dos fundamentos do universo. Não foi um orixá, nem um
espírita, nem um técnico de futebol, foi um cientista.
Num momento de
triunfo destes, que os outros se calem e aplaudam, e aprendam a fazer com tanta
dedicação.
Vitória,
quinta-feira, 29 de maio de 2003.
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