Salto Japonês
Olhando pelo canal que
passa na TV paga ou fechada, sem entender os sons e os ideogramas, vejo que o
japoneses, dobrado seu orgulho irrefletido pelas bombas, são agora simples e
cordatos, de grande dignidade, despojados, orientados devocionalmente para o
trabalho, socialmente equilibrados, coerentes, com uma série de qualidades que
aplaudo (evidentemente têm suas falhas e debilidades – todos temos).
Tendo o Japão uma área
de 372.819 km2, com mais de três mil ilhas, 60 % da área florestada
(restando menos de 150 mil km2 para 127,3 milhões de habitantes em
2001 – tinham há duas décadas a mesma população do Brasil, que agora conta 175
milhões), PIB de US$ 4,3 trilhões em 1999, a renda por cabeça ou percapita
ultrapassa os 32 mil dólares, mais de 120 mil dólares por família por ano.
A renda aplicável ano
após ano em cada quilômetro quadrado útil (não florestado – neste caso é só
deixar as árvores lá que elas cuidam de si mesmas) é de perto de 30 milhões de
dólares, ou seja, cada quilômetro quadrado pode receber em dez anos 300 milhões
de dólares. Chamei a isso governabilidade, a qualidade do que é governável.
Vamos e venhamos que esse tanto de dinheiro pode fazer “misérias”, como diz o
povo, pode resolver completamente os problemas materiais de qualquer povo e de
quaisquer elites - ainda mais que mais de 90 % dos japoneses se dizem
espontaneamente de classe média, distante dos extremos de renda -, bastando-lhes
agora resolver os problemas espirituais, que são aflitivos para qualquer povo.
Portanto, se eles tivessem o modelo que escrevi se tornariam rapidamente
centrados, não necessitando dos demais povos, e já que são altamente
homogêneos, poderiam dar o salto para os novos-seres da terceira natureza e
para o socialismo pleno, perto do qual estão vários povos (inclusive o
norueguês, agora o primeiro colocado na interface).
Eis uma notícia
formidável, merecedora das mais amplas análises socioeconômicas mundiais, de
uma observação verdadeiramente especial, de muito dedicados estudos.
Vitória, sexta-feira, 06
de junho de 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário