Os Objetos como
Válvulas K
Partindo de Arthur
Koestler (Hungria, 1905, Inglaterra, 1983, 78 anos entre datas), que propôs o
conceito central de hólon (de holo, todo, e on, parte, no grego, que redenominei
partodo ou todoparte), cheguei a muitos destinos.
Mais adiante falei
das VÁLVULAS K, significando um limite inferior, para baixo do qual as coisas
não passam, tendo sido montadas ou levadas até qualquer nível superior. Por
exemplo, moléculas não voltam a ser átomos.
Veja a micropirâmide
(campartícula fundamental, subcampartículas, átomos, moléculas, replicadores,
células, órgãos, corpomentes – oito níveis), a mesopirâmide (PESSOAS: o
anterior corpomente ou indivíduos, famílias, grupos e empresas; AMBIENTES:
municípios, estados, nações e mundo – oito níveis novamente, menos um) e a macropirâmide
(planetas, sistemas estelares, constelações, galáxias, aglomerados,
superaglomerados, universos e pluriverso – mais oito, menos um, no total 8 + 7
+ 7 = 22). Em cada caso não há retorno. Uma vez montado o ADRN não voltamos às
moléculas. Indivíduos em família não sabem mais viver sós.
Uma vez que se
constrói a válvula K replicadores-célula
não há recuo, não há volta. Se a Natureza chegou a um patamar, se aprendeu a
fazer até ali, não retorna sobre seus passos, continua a procissão.
E assim é também com
os objetos: uma vez que tenhamos aprendido a fazer televisores não retornamos
ao estágio pretérito. A simples presença do objeto garante sua continuidade,
mas isso não é certo para os processos, pois as pessoas podem desaprender a
fazer, como já aconteceu com o fim de vários impérios, inclusive o romano. Não
se descobre nas buscas arqueológicas um objeto surpreendentemente diferente,
cujo uso a humanidade tenha esquecido. Porém, quanto às civilizações, muito é
esquecido, e é justamente descobrindo-se os objetos que podemos visualizar a
existência dos processos ocultos. Daí a importância de encontrar objetos do
passado, porque recordando através deles retomamos os processos anteriores.
Vitória,
quinta-feira, 29 de maio de 2003.
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