terça-feira, 21 de fevereiro de 2017


Os Objetos como Válvulas K

 

                            Partindo de Arthur Koestler (Hungria, 1905, Inglaterra, 1983, 78 anos entre datas), que propôs o conceito central de hólon (de holo, todo, e on, parte, no grego, que redenominei partodo ou todoparte), cheguei a muitos destinos.

                            Mais adiante falei das VÁLVULAS K, significando um limite inferior, para baixo do qual as coisas não passam, tendo sido montadas ou levadas até qualquer nível superior. Por exemplo, moléculas não voltam a ser átomos.

                            Veja a micropirâmide (campartícula fundamental, subcampartículas, átomos, moléculas, replicadores, células, órgãos, corpomentes – oito níveis), a mesopirâmide (PESSOAS: o anterior corpomente ou indivíduos, famílias, grupos e empresas; AMBIENTES: municípios, estados, nações e mundo – oito níveis novamente, menos um) e a macropirâmide (planetas, sistemas estelares, constelações, galáxias, aglomerados, superaglomerados, universos e pluriverso – mais oito, menos um, no total 8 + 7 + 7 = 22). Em cada caso não há retorno. Uma vez montado o ADRN não voltamos às moléculas. Indivíduos em família não sabem mais viver sós.

                            Uma vez que se constrói a válvula K replicadores-célula não há recuo, não há volta. Se a Natureza chegou a um patamar, se aprendeu a fazer até ali, não retorna sobre seus passos, continua a procissão.

                            E assim é também com os objetos: uma vez que tenhamos aprendido a fazer televisores não retornamos ao estágio pretérito. A simples presença do objeto garante sua continuidade, mas isso não é certo para os processos, pois as pessoas podem desaprender a fazer, como já aconteceu com o fim de vários impérios, inclusive o romano. Não se descobre nas buscas arqueológicas um objeto surpreendentemente diferente, cujo uso a humanidade tenha esquecido. Porém, quanto às civilizações, muito é esquecido, e é justamente descobrindo-se os objetos que podemos visualizar a existência dos processos ocultos. Daí a importância de encontrar objetos do passado, porque recordando através deles retomamos os processos anteriores.

                            Vitória, quinta-feira, 29 de maio de 2003.

Nenhum comentário:

Postar um comentário