Japoneses
Mendicantes
A gente não vê
nenhum descendente de japoneses mendigando nas ruas, de modo algum, estão todos
trabalhando e estudando com afinco. Poderíamos dizer que é por estarem numa
pátria nova, estranha para eles, mas na verdade eles são dedicados mesmo. Não
há mendigos no Japão? Pelo contrário, lá até existe carteirinha de mendigo,
porém o modelo diz que 2,5 % de QUALQUER POVO, necessariamente, vão ser
mendigos. Como o Japão possuía, segundo o Almanaque Abril 2002, 127,3 milhões
de habitantes em 2001, os seus 2,5 % estarão perto de 3,2 milhões, mas na
realidade por lá está muito longe de chegar a tanto. Enquanto o Brasil teria,
para os estimados atuais 175 milhões de habitantes, menos de 4,4 milhões, MAS
PASSA MUITO DISSO. Vê-se que,
pelo modelo, deve-se ter fundamentalmente tolerância, lembrando-nos ainda da
virtude da caridade, como ensinou Cristo.
Nem na China há,
para os 1.300 milhões de habitantes, 33 milhões de mendigos. Nem em qualquer
país do Oriente chega-se nem perto dos 2,5 %.
Por quê o Brasil é
TÃO TOLERANTE com os excessos? Isso vem da fraqueza governempesarial, do
distanciamento das elites (que mostrei serem anticristãs, essa fraqueza
derivada da cristianização incompleta, parcial, do país), do fundo moral e
ético imperfeito da civilização de origem portuguesa, da dificuldade de
enfrentar os problemas, de não desejarem as elites a dignidade de seu povo, de
muitas razões.
Mas aqui também não
vemos em geral descendentes de italianos, de alemães, de poloneses, de povos
europeus não-portugueses entregues à mendicância. O que vemos mais são mestiços
(brancos com índios, brancos com negros, negros com índios), gente sem esteio
familiar e grupal. Então, eu penso, a coisa vem disso, de não haver apoio
coletivo e individual das PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e
dos AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo) aos que, assim
golpeados de falta de amor e amparo, caem na mendicidade.
A questão não é bem
a Fome Zero, do Lula e do PT, que é só propaganda, mas um empenho contínuo, sem
alarde, sem publicidade, vindo do amor e da consideração, no sentido de fazer
essa conversão geral brasileira. Até mesmo aprendendo com os orientais. Até
prendendo os que se dediquem à mendicância sem autorização (como se faz no Japão),
ou seja, endurecendo o jogo.
Enfim, como está não
dá para ficar. Quem não é portador de doença à moda do modelo (aqueles 2,5 %),
deve definitivamente trabalhar. Chegar de tolerância excessiva.
Vitória,
terça-feira, 13 de maio de 2003.
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