sábado, 18 de fevereiro de 2017


Japoneses Mendicantes


 

                            A gente não vê nenhum descendente de japoneses mendigando nas ruas, de modo algum, estão todos trabalhando e estudando com afinco. Poderíamos dizer que é por estarem numa pátria nova, estranha para eles, mas na verdade eles são dedicados mesmo. Não há mendigos no Japão? Pelo contrário, lá até existe carteirinha de mendigo, porém o modelo diz que 2,5 % de QUALQUER POVO, necessariamente, vão ser mendigos. Como o Japão possuía, segundo o Almanaque Abril 2002, 127,3 milhões de habitantes em 2001, os seus 2,5 % estarão perto de 3,2 milhões, mas na realidade por lá está muito longe de chegar a tanto. Enquanto o Brasil teria, para os estimados atuais 175 milhões de habitantes, menos de 4,4 milhões, MAS PASSA MUITO DISSO.             Vê-se que, pelo modelo, deve-se ter fundamentalmente tolerância, lembrando-nos ainda da virtude da caridade, como ensinou Cristo.

                            Nem na China há, para os 1.300 milhões de habitantes, 33 milhões de mendigos. Nem em qualquer país do Oriente chega-se nem perto dos 2,5 %.

                            Por quê o Brasil é TÃO TOLERANTE com os excessos? Isso vem da fraqueza governempesarial, do distanciamento das elites (que mostrei serem anticristãs, essa fraqueza derivada da cristianização incompleta, parcial, do país), do fundo moral e ético imperfeito da civilização de origem portuguesa, da dificuldade de enfrentar os problemas, de não desejarem as elites a dignidade de seu povo, de muitas razões.

                            Mas aqui também não vemos em geral descendentes de italianos, de alemães, de poloneses, de povos europeus não-portugueses entregues à mendicância. O que vemos mais são mestiços (brancos com índios, brancos com negros, negros com índios), gente sem esteio familiar e grupal. Então, eu penso, a coisa vem disso, de não haver apoio coletivo e individual das PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e dos AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo) aos que, assim golpeados de falta de amor e amparo, caem na mendicidade.

                            A questão não é bem a Fome Zero, do Lula e do PT, que é só propaganda, mas um empenho contínuo, sem alarde, sem publicidade, vindo do amor e da consideração, no sentido de fazer essa conversão geral brasileira. Até mesmo aprendendo com os orientais. Até prendendo os que se dediquem à mendicância sem autorização (como se faz no Japão), ou seja, endurecendo o jogo.

                            Enfim, como está não dá para ficar. Quem não é portador de doença à moda do modelo (aqueles 2,5 %), deve definitivamente trabalhar. Chegar de tolerância excessiva.

                            Vitória, terça-feira, 13 de maio de 2003.

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