segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017


Essas Formidáveis Enciclopédias

 

                            Das eletrônicas tenho a Barsa (duas versões, uma pirata e uma verdadeira), a Encarta (idem), a Britannica (só essa custou R$ 1,8 mil), a Hispânica e várias outras. De papel a Britannica (custou mais R$ 2,0 mil), a Mirador, a Einaudi (até o volume 20), a Barsa, o Tesouro da Juventude, Conhecer, Conhecer Universal, Conhecer 2000 e várias outras.

                            Gastei muito dinheiro nisso.

                            Depois de 30 anos comprando e encadernando fascículos ou adquirindo-as prontas, estou começando a lê-las, lentamente, sempre com grande apreço. O que mais me admira é que as pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) não façam isso - nem adquirir nem ler.

                            Veja a micropirâmide (campartícula fundamental, subcampartículas, átomos, moléculas, replicadores, órgãos, corpomentes), a mesopirâmide (indivíduo, família, grupo, empresa, município/cidade, estado, nação, mundos) e a macropirâmide (planetas, sistemas estelares, constelações, galáxias, aglomerados, superaglomerados, universos, pluriverso) e toda oportunidade de espanto com a automontagem do metaprogramáquina geral: fico tão abismado de as pessoas não se empolgarem! Espantadíssimo com o descaso quase universal. Quando falam de uma pessoa que lê enciclopédias e dicionários tomam-na por doida.

                            Tal é o mundo humano.

                            Não obstante, ali estão conhecimentos que, ainda que ligeiros, são muito explicativos em largura, altura e profundidade. Pensemos na riqueza que seria um povo antigo descobrir um dicionárienciclopédico contemporâneo. As coletividades poderiam dar saltos extraordinários. Ou nós descobrirmos um D/E de 400 anos no futuro.

                            Fico assombrado demais com o desprezo.

                            Não consigo me conformar, as pessoas morrendo de sede de entretenimento numa imensa lagoa de águas puras.

                            Vitória, sexta-feira, 30 de maio de 2003.

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