Escrita Maia
Um certo Diogo ou
Diego de Landa (espanhol, nascido por volta de 1524, morreu em 1579, 55 anos
entre datas), padre franciscano com grande fervor religioso, de um lado
defensor dos índios contra a fúria destrutiva espanhola, do outro destruidor
das coisas da cultura, apagou pelas chamas 5000 ídolos, 20 estelas, 13 altares,
27 grandes manuscritos e 187 de menor porte, se dermos crédito ao jesuíta
espanhol Domingo Rodriquez (creio que franciscanos e jesuítas eram inimigos,
daí que pode ser em parte fofoca).
Sobraram apenas três
códices ou livros completos já abertos à leitura, com um quarto por ser aberto.
O tomo 8 de Conhecer Universal, 2ª. Edição, São
Paulo, Abril Cultural, 1984 (sobre original italiano de 1981), p. 1424, diz:
“Os maias desenvolveram um sistema de escrita com mais de oitocentos
hieróglifos, dos quais só alguns foram decifrados”.
Sendo de 1981 a
edição original, a base informativa é de 1980, 23 anos atrás. Os símbolos são,
na verdade, em torno de 1.000 e notícias mais recentes da Internet dizem que já
foram decifrados “mais de 500”, mais da metade – o que pode nos levar à
totalidade, 50 % do caminho foi trilhado.
Veja que se de um
lado o franciscano Landa protegeu, do outro destruiu. Claro, ele estava certo,
as sociedades pré-colombianas do Novo Mundo que assassinavam ritualmente as
pessoas eram nojentas mesmo, e fim de papo, terminalmente. São asquerosos os
que matam animais, quanto mais humanos! Entrementes, por outro lado, foi uma
perda não sei se reparável, não poder dispor de mais informações sobre os
indígenas. Uma pena total.
Veja também que
bastaram alguns anos para saltar de perto de zero a 180, depois a mais de 500,
o que dá idéia do poder organizativo dos tecnocientistas da socioeconomia
Ocidental e mundial.
Vitória,
quinta-feira, 22 de maio de 2003.
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