A Magia dos Livros
As revistas da
míni-série quinzenal em quatro edições de Neil Gaiman, escritor, e John Bolton
(desenhista L I), Scott Hampton (L II), Charles Vess (L III), Paul Johnson (L
IV), Os Livros da Magia, São Paulo,
Abril Jovem, 1991 (original americano de 1990) contam uma estória similar à de
Harry Potter, só que mais esperta e coerente, dentro da proposta absurda: um
garoto, Timothy Hunter/Caçador = CRISTO, recebe a visita de quatro misteriosos
personagens (John Constantine, Mister Io, Doutor Oculto e Destino). Eles o
levam ao passado, até antes do Big Bang, a Grande Explosão; pelo presente;
pelos mundos paralelos, sem tempo; até o futuro mais distante, até o Big Crunch,
o Grande Esmigalhamento.
Todas as frases e
palavras podem ser traduzidas pelas regras da Rede Cognata (veja Rede e Grade Signalíticas, no Livro 2),
mas escolhi algumas – e há muitas traduções em cada caso:
·
Livro
I: “O elmo se chama Nabu, Destino achou-o numa pirâmide. Ele é um mago e se
considera um herói” = A CHAVE SE CHAMA MODELO (ESTUDO), DESTINO ACHOU-O NUMA
PIRÂMIDE. ELE É UM MESTRE E SE CONSIDERA UM HERÓI.
·
Livro
II; “Então o quê é importante? Ser quem você é. Solidão, se for o que escolher.
Civilização. Privacidade” = SATANÁS, SE FOR O QUE MATAR. CRIAÇÃO. SANTIDADE.
·
Livro
III (muitas frases, selecionarei as menores): “Aqui está a chave. Use-a como
quiser. Um presente meu para você” = AQUI ESTÁ O PI. MOVA-O COMO CINZEL. UMA
PISTA MINHA PARA VOCÊ. “Aqui um país chamado Myrra, ali a terra de Pytharia; e
em todas as fronteiras do mapa: ‘que aqui haja dragões’” = AQUI UM HOMEM
CHAMADO MAL, ALI A TERRA DA PUTARIA; E EM TODOS OS PLANETAS DO MAL; QUE AQUI
HAJA DEMÔNIOS. “Aqui, doze grandes casas, cada qual batizada com o nome da gema
mais comum em sua área, conspiram, fazem alianças, traem, casam e assassinam” =
AQUI, DEUSES GRANDES CRIMINOSOS, CADA QUAL TERRORISTA COM O NOME DO CRIME MAIS
COMUM EM SUA ÁREA, CONSOMEM, FAZEM PRISIONEIROS, ATACAM E MINAM (o que pode ser
lido ao contrário: minam, atacam, fazem prisioneiros e comem).
·
Livro
IV: “Dizem que a humanidade só tem uma chance com o anel de ouro do carrossel”
= DIZEM QUE A HUMANIDADE SÓ TEM UM PLANETA COM O SOL DE OURO (amarelo) DA
CRIAÇÃO.
E assim por diante, todas as frases
poderiam ser traduzidas, de muitos modos. Veja só que por trás de algo
mágico/artístico está uma outra fala, certamente, como estaria em tudo.
Veríamos coisas espantosas em cada poesia e prosa, em tudo mesmo. Desde quando
vertêssemos as imagens em palavras leríamos igualmente o esplendor.
Como diz o TAO, o que é não parece e o
que parece não é.
Em todo caso não é infantil senão em
aparência. Por trás estão terríveis segredos e mistérios.
Vitória, sábado, 07 de junho de 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário