Vendendo
Info-Controle
Como já foi dito
tantas vezes, o que vendemos mesmo, o que trocamos, é infocontrole, ou
capacidade de informar e de
ser informado, de comunicar e ser comunicado.
Usualmente vemos
tudo como coisas ou pessoas, produtos e organizações, mas estamos de fato
vendendo e comprando Psicologia (troca de IC de figuras ou psicanálises; troca
de IC de objetivos ou psico-sínteses; troca de IC de produtos ou economias;
troca de IC de organizações ou sociologias; e troca de IC de espaçotempos ou
geo-histórias). Se você vai a uma loja e compra uma centena de folhas de papel
para impressão, na realidade está comprando o objeto através da autorização de
transferência, recebendo-o e passando adiante números de mapeamento, o
que é conhecido como dinheiro. O dinheiro não é uma coisa perdida, solta – ele
é psicológico, da REDE DE PSICOLOGIA ou de humanidade. Encaixa-se no SISTEMA DE
MEDIÇÃO, que acopla números às formestruturas, formas e estruturas, imagens e
conceitos. Pela formestrutura da casa um tanto de números e registros (nem
sempre, e o mais das vezes não-governamental – o governo não tem denotação
tributária da maior parte das transferências do TER, como sabemos muito bem; a
maior parte dos signos tributários permanece invisível, sob a sócioeconomia
oculta, não-vinculada) são transferidos de mente a mente, de posse a posse.
Então, é claro, o dinheiro é um SISTEMA ou PADRÃO DE MAPEAMENTO, é uma MÉTRICA
PSICOLÓGICA digitanalógica. Tem um metro, que no Brasil é o Real, R$ 1,00, cem
centavos. Tal medidor, é lógico, tanto mostra quanto oculta, e oculta tanto
quanto a sociedade esteja doente de desconfiança, propensa à malignidade dos
segredos.
Não entremos
agoraqui na questão dessa métrica.
Entrementes, ela é
uma Psicologia, está claro, um conjunto de sensores da Vida-Racional (sociedade
do povo, civilização das elites, cultura do povelite/nação). E, é certo também,
é um dos instrumentos da troca de IC. Como a Lei, a Moeda é uma fita de
herança, um replicador da psicologia humana, um instrumento de corte
psicológico, de rearranjo da matriz humana de prospecção. Seja a Lei, seja a
Moeda, seja o Desejo, seja qualquer palavra do dicionárienciclopédico, o que
esses instrumentos fazem é facilitar/dificultar (pois sempre é um par polar
oposto/complementar, ou seja, um campartícula ou onda ou circulinha) a troca de
IC; repetindo, o que cada par polar contrário/suplementar faz é intermediar a
troca de IC.
Nós
compramos/vendemos IC relativo a todas as palavras do D/E a todo instante. E
usamos uma série de mediadores (Lei, Moeda, Costume, etc.) para intermediar
essa transferência. A pergunta é esta: como é que nós lidamos com esses
instrumentos? É certo que a Lei é tratada pelos tribunais de Justiça, pelo
conjunto dos operadores do sistema (juizes, advogados, promotores, oficiais de
justiça, etc.), pelos interpretadores ou exegetas e o resto, mas tudo isso
passa longe de ser da mais extremada consciência; está muitíssimo longe de ser
matematizada. No quê a Moeda vai adiante muita coisa.
Temos plena
consciência dos conectivos?
Sabemos como eles
operam? O fato de que oscilem tanto faz crer que não. Tantas crises supostas
improváveis faz pensar isso. Podemos azeitá-los? Podemos melhorar sua
performance? Podemos treinar-nos melhor em sua aplicação?
Deveríamos colocar
mais gente estudando essas questões, até para identificar todos os conectivos.
Por exemplo, a Moeda é um conectivo econômico ou de produção. A Lei é um
conectivo políticadministrativo da posse, do TER, às vezes do SER, no que tange
aos conflitos pessoais (individuais, familiares, grupais e empresariais) não
diretamente ligados a direitos sobre objetos. Portanto, é um conectivo
psicanalítico ou das figuras, referido a ofensas ao TER e ao SER. Quais seriam
os conectivos sociológicos ou das organizações e psico-sintéticos ou dos
objetivos? O Sistema Internacional de Unidades, SI, é o quê? É um conectivo
espaço-temporal, de uso restrito às ciências (mas que os outros conhecimentos
vêm usando).
Enfim, as coisas são
nebulosas. Não estão claras.
SE nós não sabemos
quais são e em que profundidade operam os medidores, que tipo de medição
estamos fazendo da transferência de IC? Evidentemente bem imprecisa, pouco
indicativa. Incompetente. Fica o sentimento de que essas medidas, que vem sendo
apresentadas pelas ciências, que nem fizeram o corte epistemológico, nem
conseguiram a matematização esperada, quase nada tem de sinalizantes. Estão
longe de realizar qualquer focagem substantiva, significativa. Daí o desprezo
que as pessoas quase todas, com toda razão, têm pelas ciências ditas sociais,
da aritmética da Contabilidade à álgebra fajuta da Administração e da Economia,
ou da prosódia e literatice do Direito. Elas estão mais próximas da Astrologia,
da Magia, que de verdadeiras ciências.
E, é claro, passam
demasiado longe da visualização completa das trocas de IC, o que é
verdadeiramente uma pena. Sendo assim, os mapeamentos são péssimos mesmo, estão
tateando no escuro, motivo de tantas trambicagens, tanto aproveitamento errado
as potencialidades humanas. Uma pessoa um pouco mais esperta poderia predar
toda a espécie humana. Como, aliás, tantos têm feito, com porções um tanto
menos avantajadas.
Vitória, sábado, 17
de agosto de 2002.
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