sexta-feira, 23 de dezembro de 2016


O Que é Pobreza

 

                            Já abordei o assunto no modelo, posteridades e ulterioridades, mas há aqui algo a acrescentar. Como sabemos agora, a pobreza é absoluta, enquanto a riqueza é relativa. TODOS os seres humanos são pobres, PORQUE sempre há falta de alguma coisa e é-se pobre daquilo que falta. Por exemplo, a Bill Gates, o cara mais rico da atualidade, com 65 bilhões de dólares, falta um pedaço de terra lá nos confins, e falta, aliás, tudo que ele não tem; se segue que ele é pobre daquele pedaço de solo e do que não possui, em geral.

                            E a pessoa só é definitivamente rica de si mesma, a única propriedade incorruptível e intransferível. O escravo não se transfere, definitivamente, ele apenas dobra sua consciência diante da pressão social. Mas dentro ele segue sendo inalienável.

                            Para a pobreza seria preciso listar tudo que a pessoa não tem, e são tantas coisas! Quase tudo que há no mundo, menos uma fraçãozinha, afinal de contas. Para a riqueza basta listar o que a pessoa tem, e é tão pouco, afinal de contas!

                            Por conseguinte, a riqueza é muito menor e mais fácil de listar que a pobreza da pessoa (indivíduo, família, grupo, empresa). Em resumo, a riqueza é uma veleidade, uma aspiração que consome. Só ELI, Natureza/Deus, Ela/Ele é rico (a) em absoluto, e portanto não é pobre, por ser onipotente, “onipossuidor (a) ”, possuindo tudo. Só um pode ser assim. Daí que os outros todos sejam pobres, em maior ou menor grau. Só se poderia dizer que uma pessoa é MENOS POBRE que outra, e mesmo assim num mesmíssimo setor, pois já mostrei que há inúmeros tipos de riqueza: de conhecimento, de poder, de sedução, de beleza, de amor, de amizades, de todo o dicionárienciclopédico.

                            Isso nos ensina numerosas lições, claro.

                            E acaba de vez com as vaidades, as arrogâncias, as presunções, e as veleidades, as cobiças, as ansiedades do TER.

                            Vitória, terça-feira, 30 de julho de 2002.

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