Fascistização da
Argentina
Escrevi prevendo a
possibilidade da queda da Argentina na guerra civil. As chances continuam em
pé. Agora me lembrei de detalhes, a saber:
1) Dizem que no Brasil há 100 mil judeus,
enquanto na Argentina parece haver 300 mil. Consta no Almanaque Abril 2002 que
a população do Brasil era de 169,6 milhões em 2000, enquanto a da Argentina era
de 37,5 milhões em 2001. Como os dados não são muito precisos, não vou fazer
questão de estimar no mesmo ano. Assim, com tais vagas informações (que podem
ser apuradas), a relação seria de 1.700/1 no Brasil e de 130/1,
Argentina/Brasil = 14/1, o que excita as imaginações anti-semitas. E o Brasil é
muito, mas MUITO MESMO, menos homogêneo que a Argentina, enquanto é
notavelmente mais permissivo;
2) A Argentina é composta
majoritariamente dos colonizadores espanhóis pouco mestiçados e dos italianos
migrantes, dois povos bem nervozinhos e até com alguma soberba, se a coisa é
mal conduzida;
3) Com a recente crise e com a esperada
volta da inflação galopante, logo que as coisas saiam do controle, a situação
não ficará nada boa, ainda mais que, segundo dizem (informação não confirmada),
há 50 % de desempregados na Grande Buenos Aires e 40 % de desempregados à beira
da fome em todo o país;
4) Este cenário se parece bastante com o
da Alemanha pouco antes do aparecimento de Hitler e sua corja em cena. Basta um
“homem forte” (que agora pode até ser mulher, um ou uma louca qualquer) para
deflagrar a demência.
5) Daí a usar os armamentos para fugir à
consciência mais vasta das causas dos problemas locais é um pulo. Isso
induziria fatalmente a resposta brasileira.
O resultado só pode ser um: a corrida
armamentista, o crescimento explosivo interno baseado no orgulho nacionalista
(que é o nazismo, nacional-socialismo, ou fascismo).
Acresce que muitos árabes estão indo
para a região de Itaipu, trabalhar ou morar. Como escrevi para a deputada
federal Rita Camata (e pedi a ela para comunicar ao presidente), há chance de
os árabes fundamentalistas colocarem uma bomba na represa, se com isso
imaginarem poder ferir os judeus em Buenos Aires.
É fatal, mesmo nestes tempos, que os
judeus sejam culpados nos períodos de crise. É inescapável. Não existem
candidatos mais fáceis que judeus, negros, mulheres, homossexuais, minorias em
geral – ainda mais que agora há um precedente exposto, um exemplo à vista de
todos. Como não há negros na Argentina, restam os demais, os judeus à frente,
até porque com as mulheres os homens dormem. Também não há minorias indígenas
notáveis na Argentina, foram todos exterminados, os índios de lá, ou quase.
O cenário está montado.
Vitória, terça-feira, 30 de julho de
2002.
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