domingo, 25 de dezembro de 2016


Crátons e Montanhas

 

                            Continuando a busca por petróleo e gás, podemos dizer que os crátons são aquelas antigas regiões que nunca estiveram debaixo do mar, que estão sendo erodidas há bilhões de anos e tem, portanto, montanhas mais baixas e arredondadas, por exemplo, o Planalto Brasileiro e o Planalto das Guianas.

                            No Planalto Brasileiro a montanha mais alta fica justamente na divisa entre Espírito Santo e Minas Gerais, o Pico da Bandeira, que tem menos de 2,9 mil metros (2.890 m). O ponto culminante do Brasil, para os lados do Planalto das Guianas, é o Pico da Neblina, com em torno de 3,0 mil metros (3.014m). Comparemos isso com os 6,5 a 8,9 mil metros das grandes cadeias de montanhas.

                            As nossas são montanhas desgastadas, indicando que estão sendo erodidas há muito, muito tempo. De fato, os crátons estão ai desde os primórdios, desde o começo. Não mergulharam de novo no manto, não foram levantados, não estiveram no fundo do mar, não tem petróleo nem gás em quantidades apreciáveis, só residuais.

                            Então, os crátons devem ser excluídos de qualquer busca de volumes maiores. Mas, se eles não têm, em volta deles tem muito. Se segue que em volta dos crátons do Brasil e das Guianas há muito petróleo, basta saber onde procurar.

                            Bom, como já vimos, os produtos de terra irão somar-se à produção do ficto e do zôoplancto. Daí que o petróleo e o gás irão formar-se em volta dos crátons que, lembre-se, estão aí há bilhões de anos. Eles são o referencial primordial. Por sorte o Brasil tem, não apenas um mais dois, o do Brasil, que é só nosso, e o das Guianas, que partilhamos com as Guianas, a Venezuela e a Colômbia, um pouco mais longe.

                            Acontece que o mar real em volta do Cráton Brasileiro tornou-se mar virtual, sendo levantado pelo avanço para sudoeste da Placa da América do Sul, que se encontrou com a Placa de Nazca, subindo, colocando-se acima desta, formando os Andes. Então toda a formação antiqüíssima que estava no fundo do mar veio à tona, como a planície geral no Oeste brasileiro. É uma piscina de petróleo, um estoque tremendíssimo.

                            Existem outros no mundo, talvez um ainda maior nos EUA e Canadá, para não falar do México. Na Rússia deve existir um imenso.

                            Mas, onde buscar, definitivamente?

                            Em primeiro lugar, identificar os crátons, que são os zeros em torno dos quais estarão as jazidas. Depois, ressaltar as montanhas logaritmicamente, as maiores para cima, as menores ainda mais para baixo, separando totalmente os grupos. Terceiro, onde estão as planícies? Como já vimos, o gás estará no alto das montanhas, o petróleo nas planícies. Um levantamento total deve ser feito, meticulosamente. Onde houver duas ou mais cadeias de montanhas é porque o choque das placas é complexo, e não duas a duas; podem estar chocando-se três, quatro, “n” delas.

                            O resto fica por conta da pesquisa & desenvolvimento, das tecnociências tradicionais de busca. Em resumo: 1) cráton, 2) montanhas, 3) planícies, 4) P&D tradicional; 5) investimento; 6) descobrimento; 7) formação de reservas estratégicas; 8) venda do excedente de forma controlada; 9) não cair no orgulho gastador do novo rico; 10) investir pesadamente em educação avançada do povo e das elites, e nos avanços sociais.

                            Vitória, domingo, 25 de agosto de 2002.

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