sexta-feira, 23 de dezembro de 2016


A Liberdade do Prisioneiro

 

                            Na Rede Cognata prisioneiro = SÓ, de forma que a pessoa só vai se sentir tolhida mesmo se estiver completamente sozinha – e nisso estará pronta para o reaprendizado, para a reinserção na coletividade humana. Configurei isso no anteprojeto de lei denominado Estatuto da Soltura Indefinida, propondo ao mesmo tempo em que os condenados no Brasil ficassem por tempo indefinido, até reaprenderem o convívio social, e tivessem isolamento, não mais de um por cela.

                            Quando ficam dois ou mais eles estão mesclando os sub-valores, que a coletividade daquele espaçotempo detesta. Só estando isolados poderão desnudar-se de seu passado para vivenciar o futuro. Só assim aprenderão a produzir e respeitar coletivamente.

                            Porque não é o corpo que se prende. Só no espaçotempo físico-químico é que teria significado a prisão física. No espaçotempo psicológico, ou geo-história, a prisão deveria ser, obviamente, psicológica, da mente, e tudo que tem corpomente é psicológico, embora evidentemente não-humano, exceto a humanidade.

                            Então, a prisão psicológica deve constituir EXCLUSÃO MENTAL, ou seja, da vida coletiva, que foi renegada pela desobediência. Entrementes, pense, É VOCÊ e SOU EU que estamos presos lá. Quando você ou eu castigamos alguém, e a nós mesmos que castigamos. Então, sejamos sensatos e doces, cuidadosos, delicados mesmo.

                            Porém, seria uma prova regressiva de desumanidade privar a pessoa de aprendizado, porque é justamente essa renovação que desejamos. Pelo contrário, deve-se repassar o máximo de informação (sem controle ou comunicação, exceto nos horários estipulados), através de toda a mídia (TV, Rádio, Revista, Jornal e Livro, passivos, exceto Internet, bidirecional, na realidade de dois sentidos, interativa), tanto quanto se possa.

                            Por outro lado, pense que a dialética, o TAO e o modelo dizem que a soma é zero: quanto mais se tentar dobrar o espírito pela força, mais resistente ele se tornará e será. Veja a questão dos antibióticos cada vez mais fortes produzindo cepas de doenças cada vez mais teimosas. Os prejuízos redundam em retorno, enquanto só o favorecimento acresce ou soma para a coletividade. Sigamos os ensinamentos de Jesus

                            Enfim, o sistema prisional inteiro deve ser revisto, porque está tudo errado. Violência onde precisamos de mansidão, mistura dos prisioneiros onde dependemos de separação, tratamento desumano onde queremos re-humanização, etc.

                            Precisamos repensar tudo isso.

                            Vitória, quarta-feira, 21 de agosto de 2002.

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