A Glória de Cristo
Apareceram
alguns livros maravilhosos recentemente, e alguns completamente tolos. Por
exemplo, entre estes podemos contar o de Martin Seymour-Smith, Os 100 Livros
que Mais Influenciaram a Humanidade (A História do Pensamento dos Tempos
Antigos à Atualidade), Rio de Janeiro, Difel, 2002.
Na
página 192 ele diz: “Nós entramos no que se pode chamar, sem dúvida, de Era
Pós-Cristã. Os desejos de Cristo, se não o próprio Cristo, estão mortos. As
igrejas fracassaram e hoje consistem em clubes para liberais, homossexuais e
outros grupos não tão bem-vindos”, e mais adiante, mesma página: “Mas o Cristo
dessa instituição chamada Igreja Católica, freqüentemente arrepiante e cruel,
sempre certa de si mesma e da sua santidade, está, agora morto”.
É
isso que dá deixar qualquer um tentar raciocinar, e principalmente falar. Mas,
eu creio, a democracia é formidável, e deve ser preservada a quase qualquer
custo. Primeiro, faz os mais odiosos governantes deixarem o poder
obrigatoriamente depois de um determinado tempo, sem qualquer recurso. Depois,
garante a qualquer otário, qualquer palhaço, o direito de voz, de ir e vir, de
vida, de tudo. É simplesmente fantástico, adorável.
Ponto
por ponto.
1º)
não há qualquer Era Pós-Cristã, como não há nenhuma Era Pós-Búdica. Uma coisa
assim tão vasta acontece para sempre. Agora mesmo a Igreja lançou o programa do
terceiro milênio; que instituição na Terra pode arvorar-se durar mais de 300
anos (as empresas mais antigas duram 100, 150, 300 anos; algumas dinastias mais
um pouco)? Tudo é ciclo, maktub, passará; mas algumas coisas duram muito mais
tempo que o Seymour-Smith ou os desejos dele. A Igreja já passou por muitas
crises. Ela possui a única língua verdadeiramente universal, o Latim. Está
presente em quase todos os países. Têm um conjunto de homens e mulheres
fidelíssimos, todos treinados na matriz, em Roma. Está num setor sempre
renovável, a Fé, e assim por diante. Mesmo uma análise tímida mostra não apenas
a Igreja como as vertentes cristãs todas muito fortes, administrando as
consciências de mais de dois bilhões de indivíduos, 1/3 de toda a humanidade. O
autor está totalmente enganado.
2º)
os desejos de Cristo não estão mortos, mal começaram as suas construções
verdadeiras. Nem foi feita uma avaliação correta, completa e desapaixonada dos
serviços prestados pelos cristãos à humanidade. Os cristãos estão preparados
para um novo avanço no mundo. Além do quê estamos numa interfase, num período
de calma. Quando começarem quaisquer conflitos ou se houver alguma ameaça séria
à vida coletiva e individual humana, quase todos retornarão ao redil.
3º)
muito menos Cristo está morto, pelo contrário, está renascendo, como qualquer
análise simplória pode estabelecer. Como o Ocidente não pode prescindir dos
judeus, dos gregos, dos europeus, também não pode dispensar Cristo e os
cristãos, se deseja um enfrentamento vitorioso contra as forças derrotistas,
que o SS representa.
4º)
nas igrejas não-católicas, onde os pastores são livres para casar, há menor ou
nenhuma incidência de homossexualismo. Na Igreja Católica, em especial, onde há
a exigência (correta) do não casamento, pois a tarefa é outra, a constituição
de um superpoder para os dias que virão, naturalmente a grande pressão leva a
desvios, mas é da minoria repudiada. Quanto ao homossexualismo em si, cada um
tem direito de seguir a sua via, a sua escolha, as suas dependências, se
trabalha por elas – só não deve com isso atacar a família, é a única proibição,
dentro como fora das igrejas.
5º)
as igrejas não são clubes liberais, embora a paz deste tempespaço agoraqui
propicie essa acomodação, já que o Ocidente se tornou amplamente vitorioso
justamente em razão do trabalho dos cristãos. Há essa definição de clube, que é
útil, que é uma psicologia que deve ser favorecida pelo Estado, pelos
governantempresários em geral, mas há também muito mais, ilimitadamente mais.
Quem não vê é cego.
É
verdade que a Igreja foi arrepiante e cruel, mas esta não é a única face sua.
Ela também é caritativa, benevolente, amorosa, generosa, acolhedora e detém
inúmeras qualidades, incomparavelmente mais do que podemos dizer de quase todas
as instituições na Terra, inclusive do SS. Contudo, Cristo não foi nem uma
coisa nem outra.
Enfim,
o SS foi infeliz, arrogante, extremado, vil, baixo, aviltante, desprezível,
abjeto, tolo e todo o lado ruim do dicionário.
É
uma pena um historiador tomar essas posições unilaterais, de visão curta e
sectária, apoiadas unicamente em seus desejos. Mas para alguma coisa serve,
desde quando permite que se faça uma reavaliação de Cristo e da Igreja, e dos
serviços que Ele e ela prestarão, estão prestando e prometem prestar à
humanidade. Só assim descobriremos algo da grandeza que, esta sim, não é
passageira. Como Cristo disse? As portas do inferno não prevalecerão. Na Rede
Cognata AS PUTAS DO HUMANO ou AS SUJEIRAS DO HUMANO. Estava perfeitamente
certo. E isso há dois mil anos, sem qualquer auxílio. Isso não é mesmo coisa de
Deus?
Vitória,
quarta-feira, 21 de agosto de 2002.
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