Três Reis e Digo Mais
Quanto mais Silas,
o labrador Pink nose (nariz rosa) recessivo de meu filho Gabriel, ficou comigo
nesses 9,5 anos, mais pude observá-lo atentamente.
MEUS TRÊS REIS (digo em
toda parte quando posso, escrevi cartilhas sobre Silas e Yuki, a gata persa de
minha filha Clara) – digam aí, meus reis. Como já contei, de todos lá em casa
só eu tive cachorros.
QUEM
|
TEMPO DE VIDA
|
DATAS
|
RAÇA
|
Valente.
|
18 anos
|
1957 a
1975 (dos meus três aos 21 anos).
|
Bassê.
Parecido,
mais fino.
|
Budega.
|
Meses.
|
Indeterminado.
|
Mestiço de
buldogue com vira-latas.
Assim
mesmo, inclusive a cor.
|
Silas.
|
9,5 anos
até agora.
|
12/2005 em
diante.
|
Labrador
nariz rosa.
Esse
mesmo, só que com o focinho branco.
|
Vejo Silas.
Ele late
para avisar à turma toda, humanos e não humanos, que está tomando conta; urina
no pé e no topo da escada, no pé da escada do terraço, no portão da garagem, no
portão da divisão, em toda parte. Sobe e desce para patrulhar. Vai aonde vou,
me acompanha a todo lugar, dorme de roncar com sono levíssimo, ao menor
movimento abre os olhos para sondar minhas caminhadas, se levanta e vai e
volta. Antigamente, não tendo mãos, tendo só a boca me mordia para dizer que
não poderia me proteger se eu saísse. Já que os hindus declararam os golfinhos
pessoas não humanas, fiz o mesmo para os animais e os primatas todos, assim
Silas é pessoa não humana.
Ele revira
os olhinhos de modo único, só seu, é impagável.
Não tem vida
atribulada (como já contei em O Custo do
Amor, mantê-lo custa muito, porém é com prazer que faço isso): vejo a felicidade
dele e me deleito quando coloca mãos e pernas para cima, os beiços caem, mostra
os dentes escancarados, está feliz “como pinto no lixo”, como diz o povo
brasileiro. São muitos os momentos em que preciso levantar, mas nem me mexo
para não atrapalhar. Ele está tendo vida boa, me comprazo em proporcioná-la. É
uma graça de Deus e entendi quanto Deus me aprecia ao me dar tamanhas dádivas,
pois foram três.
Há gente
não-humana sofrendo horrores nas mãos de gente desumana, o que me irrita
demais.
Todo tempo fico
tentando aprender com ele. Infelizmente, eu era criança, adolescente, jovem
adulto quando tive os outros e não dei tanta importância, espero que me
perdoem, ó amigos, lá onde Deus tiver salvado suas almas.
Quando vou
entrar no banheiro e ele não quer, peço licença ao trancar a porta. E se vou levantar
da cadeira-do-vovô onde sento para escrever usando teclado, digo direitinho
aonde vou para ele não precisar se incomodar e levantar – ele entende, fica e
só se demoro além do estipulado vai junto.
Ah, a gente
precisa olhar e ver, como disse Jesus!
Serra,
quinta-feira, 22 de outubro de 2015.
GAVA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário