sexta-feira, 7 de outubro de 2016


Sensações

 

Já eram duas da manhã, Jairo e Mabel iam no carro pelo lado direito da rua em T e pararam no sinal, no semáforo, na sinaleira, como dizem os paulistas. O sinal ficou verde para eles, eles avançaram, veio um maluco da direita, da perna do T e cruzou sinal fechado, vermelhão pra ele, curvando à toda com os faróis apagados, vê se pode!

Foi a conta.

Bateu em cheio no lado do carona, da Mabel.

Ao contrário do que se poderia esperar, Jairo morreu primeiro. A cabeça dele deu um tranco violentíssimo e o pescoço quebrou, morte instantânea. Mabel ainda durou uns minutos, teve concussão cerebral, escorreu sangue pelo nariz, morreu em convulsões.

Os drogados bandidos nada sofreram, fora alguns arranhões.

***

Já era duas da manhã Jairo e Mabel iam no carro pelo lado direito da rua em T e pararam no sinal, no semáforo, na sinaleira, como dizem os paulistas. O sinal ficou verde para eles, Mabel falou:

- Amor, tô com uma sensação, vamos esperar alguns segundos, sempre vem um doido, tenha paciência.

Foi a conta.

O carro veio com os faróis apagados, passou batido, ao tentar fazer a curva no travessão do T não tinha freio, bateu no meio-fio, capotou várias vezes, foi direto no muro da igreja que tem ali, aquele paredão com pedras enormes. Bateu com o teto, esmagou a cabeça dos dois, ela e ele.

Ficaram ali umas três horas, a polícia disse que estavam vindo de uma festa, bêbados, drogados, fazendo imprudências, imagine se eles houvessem avançado, que sorte!

Passado o susto, já um pouco refeitos, liberados pelos policiais foram para casa, já eram quase seis horas, Jairo disse a Mabel que queria parar na lanchonete, ainda tavam tremendo, para não ter de chegar em casa e ainda ter de preparar alimentação, decidiram comer um sanduíche, era um bar de periferia lá perto do porto, aquele que vende dólares, muitos doqueiros e marinheiros, saiu pancadaria, alguém puxou um revolver, matou o desafeto e nisso atingiu Mabel primeiro e depois o Jairo, que morreram na hora.

***

Já era duas da manhã Jairo e Mabel iam no carro pelo lado direito da rua em T e pararam no sinal, no semáforo, na sinaleira, como dizem os paulistas. O sinal ficou verde para eles, Mabel falou:

- Amor, tô com uma sensação, vamos esperar alguns segundos, sempre vem um doido, tenha paciência.

Foi a conta.

O carro veio com os faróis apagados, passou batido, ao tentar fazer a curva no travessão do T não tinha freio, bateu no meio-fio, capotou várias vezes, foi direto no muro da igreja que tem ali, aquele paredão com pedras enormes. Bateu com o teto, esmagou a cabeça dos dois, ela e ele.

Ficaram ali umas três horas, a polícia disse que estavam vindo de uma festa, bêbados, drogados, fazendo imprudências, imagine se eles houvessem avançado, que sorte!

Passado o susto, já um pouco refeitos, liberados pelos policiais, foram para casa, já eram quase seis horas, Jairo disse a Mabel que queria parar na lanchonete, Mabel ponderou que não, o café iria mantê-los acordados.

- Amor, tô com um pressentimento ruim, acho que a gente deveria ir para casa.

- Também tô, querida, cê tem razão, é melhor a gente ir dormir, ficamos o domingo inteiro na cama, é melhor nos recuperarmos do susto.

Seis meses depois a campanhinha tocou.

Mabel foi atender e quando colocou o olho no olho mágico um tiro a atravessou. Os bandidos receberam uma encomenda, disse a polícia, para matar um casal de vizinhos, errou de porta, tremendo azar, dois morreram à toa.

***

Já era duas da manhã Jairo e Mabel iam no carro pelo lado direito da rua em T e pararam no sinal, no semáforo, na sinaleira, como dizem os paulistas. O sinal ficou verde para eles, Mabel falou:

- Amor, tô com uma sensação, vamos esperar alguns segundos, sempre vem um doido, tenha paciência.

Foi a conta.

O carro veio com os faróis apagados, passou batido, ao tentar fazer a curva no travessão do T não tinha freio, bateu no meio-fio, capotou várias vezes, foi direto no muro da igreja que tem ali, aquele paredão com pedras enormes. Bateu com o teto, esmagou a cabeça dos dois, ela e ele.

Ficaram ali umas três horas, a polícia disse que estavam vindo de uma festa, bêbados, drogados, fazendo imprudências, imagine se eles houvessem avançado, que sorte!

Passado o susto, já um pouco refeitos, liberados pelos policiais, foram para casa, quase seis horas Jairo disse a Mabel que queria parar na lanchonete, Mabel ponderou que não, o café iria mantê-los acordados.

- Amor, tô com um pressentimento ruim, acho que a gente deveria ir para casa.

- Também tô, querida, cê tem razão, é melhor a gente ir dormir, ficamos o domingo inteiro na cama, é melhor nos recuperarmos do susto.

Seis meses depois a campanhinha tocou. Não havia ninguém em casa porque a irmão de Jairo ligou que estava tendo neném e eles correram para o hospital.

- Querido, eu tava com uma sensação danada de que iria nascer hoje.

Quando voltaram a polícia contou que o casal de vizinhos foi morto, não se tem mais segurança nesta cidade.

Serra, quarta-feira, 17 de outubro de 2012.

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