Ricos Padecimentos
Durante anos observei e agora vou falar,
ninguém me segura.
Existem esses que falam só dos padecimentos
dos pobres e miseráveis, até da classe média, e esquecem os problemas dos
médio-altos e dos ricos. Não concordo! Há que prestar atenção nos sofrimentos
dos outros.
Muitas vezes a gente está fazendo churrasco e
falta carvão ou ele não acende, mesmo com o melhor gel ou álcool-gel – não vai,
não vai, não vai, é aquela angústia, a coisa não anda, fica amarrada, é muito
chato.
E às vezes, mesmo tendo chamado o rapaz da
limpeza, a piscina não fica boa quando você chama os amigos, é preciso que você
mesmo pegue a redinha para pegar as folhas ou vá você mesmo ligar a bomba de
limpeza, de filtragem, ou tenha de colocar os produtos químicos para a água
ficar azulzinha, sem saber exatamente em que quantidades. Suplício puro, os
amigos esperando, as esposa reclamando, é terrível.
Ou as filas de espera no aeroporto, quem
agüenta isso? Depois, mesmo viajando de primeira classe, com a classe média lá
atrás no lugar dela, nem pagando mais por isso, muito mais por sinal, você fica
livre das filas, é um desconforto inqualificável.
FILA DE AEROPORTO (você gosta disso?
Mesmo com sala VIP e entradinha sorrateira por trás, não dá para encarar)
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Ou ir a banco, não há uma fila especial para
executivos, se você fosse lá (horror!) teria de ficar na fila como todo mundo,
é a tal da democracia. Ainda bem que inventaram esses rapazes e moças tão bons,
os motobois e as motovacas.
FILA
DE BANCO
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E há isso do trânsito, as filas
intermináveis, quilométricas em São Paulo, de até 100 km de comprimento,
verdadeiro escândalo. Claro, tivemos de adotar os carros blindados, mas sempre
existe perigo, poderiam furar o vidro com uma broca de diamante e atirar por pelo
furo, sei lá, essa gente é capaz de tudo. Até que inventaram o helicóptero, mas
é lógico que não dá para levar as crianças e a patroa, o que é desassossego,
pode saber.
O GOVERNO TEM DE
CONSTRUIR MAIS HELIPORTOS (vou falar com o Jorge para ele passar uma
lei lá em Brasília. Já que se chama “heliponto”, para os governos aumentarem os
pontos)
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Você já sentiu mais ou menos o que quero
dizer.
Pode-se falar que não há padecimento dos
ricos?
De jeito nenhum!
Mas ninguém fala disso, passam ao longe.
E os sustos da gente com os investimentos?
Será que esse ano vou ganhar tantos milhões?
E as fazendas? A gente tem de prestar atenção
a tudo, na fazenda de Mato Grosso, na fazenda do Maranhão. E nas casas de
veraneio e das montanhas, tudo tem de ser vigiados, os caseiros, digo, se
ninguém está roubando, se não estão usando as dependências. Uma vez uma caseira
levou o marido e as crianças e bebeu TODOS os meus vinhos, pode isso?
Só posso dizer que rico padece muito, não é
só pobre. Na realidade, os problemas dos pobres até que são pequenos, uma conta
pra pagar, aquela coisa pobrinha.
Serra, quinta-feira, 04 de outubro de 2012.
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