sexta-feira, 7 de outubro de 2016


Personagens Non Gratas V – O Autor dos Autores

 

A quarta reunião das personagens foi feita no mesmo bufê de Santa Lúcia, “já que tinha dado certo”; na realidade elas apenas não saíram na bordoada, de tão interessadas que estavam na mensagem, além de haver todo aquele policiamento ostensivo, claro. As que não tinham “captado vossa mensagem, amado mestre”, ficavam cutucando as outras, falando gracinhas, implicando mesmo, uma chatice que atrapalhava quem queria ouvir.

Pois houve uma segunda palestra, de outro autor, tido como muito esperto e que vinha aprofundando suas pesquisas, deste jeito e com esta pergunta: se as personagens (dos livros, das revistas, etc.) podiam olhar para fora das páginas até enxergar os autores (também acontecia de os autores piedosos entrarem nas estórias para tentar ajudar), SERÁ que não existiria um autor criando os autores?

OS AUTORES QUE ENTRARAM NO JOGO PARA AJUDAR – iluminados, criadores de “religiões de elevação” que permitiam às personagens se elevar acima das páginas onde estavam retratadas em vidas muito curtinhas.

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As personagens estavam estarrecidas.

Haveria um Jogo geral, como bonecas russas encaixadas umas dentro das outras? 13º Andar sugeria essa projeção. Deus é o autor dos autores e a Natureza é o palco onde todos inocentemente atuam? Como é que alguns personagens despertam? Que mecanismo é esse que admite aos bonecos dos jogos de Internet acordar e olharem para cima?

Nisso, várias personagens ali presentes olharam para cima, como Trumann faz no filme, e sentiram um arrepio profundo que lhes tocou a alma-personagem. Nós pensamos que estamos vivos, mas na verdade somos apenas impulsos eletrônicos? Elas duvidaram, pois “pensavam mesmo”, “queriam mesmo”, assim como Descartes tinha dito: “penso, logo existo”.

Não havia personagens que criavam outras personagens em livros, em filmes, em poesias, em revistas, de todo modo? Para cima e para baixo? Como isso seria possível? Alguns respondiam que era o autor criando personagem que criava personagem, livro dentro de livro, jogo dentro de jogo. Que embaraçoso e incompreensível!

Será que alguém poderia visualizar todas as bonecas, desde a menorzinha até a maior? Será que Buda viu isso? Será que Jesus nos contou, naquilo de “na mansão de Meu Pai há muitas moradas”?

As personagens ficaram assombradíssimas e foi a segunda vez que não houve tumulto, nem pancadaria, o que já era uma vitória, pois estavam unidas na busca da verdade.

Até onde isso iria?

Serra, terça-feira, 23 de outubro de 2012.

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