quinta-feira, 6 de outubro de 2016


O Mundo das Empregadas


 

Uma dessas empregadas, mais letrada, decidiu fazer FC, ficção científica, depois que leu a letra malcriada da Rita. SE ELES PODEM FALAR DE NÓS, nós também podemos entrar na literatura, especialmente agora que Ronaldinho Gaúcho é intelectual agraciado pela Academia Brasileira de Letras nos seus 110 anos.

RITA LEE


BALACOBACO
(Rita Lee / Roberto de Carvalho)

Acordo às cinco da matina
Reclamando da rotina
Dou um trato na faxina
Vida dura de heroína
Minha cara de caveira
Vai abrir a geladeira
Esqueci de fazer feira
Vou fuçar lá na lixeira
Uma espinha pro gatinho
Pro cachorro um ossinho
Requentar o cafezinho
E sair apressadinho
Todo dia atrasada
Já estou acostumada
Condução sempre lotada
Vida dura de empregada
Pára o mundo
que eu quero descer
Tem muito vagabundo
atrás do meu jabaculê
A vida é uma sinuca,
mas confio no meu taco
Meu borogodó
é do balacobaco

Minha patroa é estranha
Passa o dia só na cama
O marido bebe grana
A mais velha é piranha
A do meio é patricinha
O mais novo é mocinha
Meu lugar é na cozinha
Vida dura de fuinha
Motorista xavecando
Jardineiro azarando
Porteiro se assanhando
E vou logo avisando:
Meu amor é pra quem pode
Quem não pode se sacode
Pode amarrar seu bode
Com a minha cabra
ninguém fode
Pára o mundo
que eu quero descer
Tem muito vagabundo
atrás do meu jabaculê
A vida é uma sinuca, mas
confio no meu taco
Meu borogodó
é do balacobaco

Sirvo a janta e vou embora
Já passou da minha hora
A buzanga que demora
Vem a chuva e piora
Caminhando na calçada
Medo de ser assaltada
Medo de ser seqüestrada
Medo de ser estuprada
Sou escrava independente
Ganho menos que indigente
Não posso ficar doente
Amanhã tô no batente
Vou rezar para Jesus
Aliviar a minha cruz
Meu buraco não tem luz
Vida dura de avestruz
Pára o mundo
que eu quero descer
Tem muito vagabundo
atrás do meu jabaculê
A vida é uma sinuca, mas
confio no meu taco
Meu borogodó
é do balacobaco
Todas as Mulheres do Mundo
 
Elas querem é poder!
Mães assassinas, filhas de Maria
Polícias femininas, nazijudias
Gatas gatunas, kengas no cio
Esposas drogadas, tadinhas, mal pagas
Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Diniz
Garotas de Ipanema, minas de Minas
Loiras, morenas, messalinas
Santas sinistras, ministras malvadas
Imeldas, Evitas, Beneditas estupradas
Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Diniz
Paquitas de paquete, Xuxas em crise
Macacas de auditório, velhas atrizes
Patroas babacas, empregadas mandonas
Madonas na cama, Dianas corneadas
Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Diniz
Socialites plebeias, rainhas decadentes
Manecas alceias, enfermeiras doentes
Madrastas malditas, super-homem sapatas
Irmãs La Dulce beaidentificadas
Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Diniz

Composição: Rita Lee
 

Não que elas quisessem inverter as posições, colocando as patroas como empregadas, porque aí seria a mesma coisa, como no caso de as mulheres mandarem nos homens e estes ficassem fazendo os serviços do lar, só teria invertido o sinal, não é mesmo? Elas queriam libertação e respeito como, dizem, algumas patroas respeitam e amam suas empregadas. É o que dizem. Parece que existe mesmo, estou te dizendo.

Claro, os direitos fundamentais, tá na cara.

Colocaram “científica” porque as empregadas tinham a Ciência na mais alta conta, pensavam que era uma coisa maravilhosa e não o poço de veneno, ciúmes, vigilância, desassossego, servilismo.

As coisas vistas de fora não fornecem detalhes de dentro (até porque ninguém está mesmo a fim de botar pra fora).

Ficou passável (a ferro), mas as empregadas são muito ingênuas, elas acreditam nos patrões e nos governos. Nisso não diferem muito de nós.

Esse “mundo das empregadas” era um mundo só delas, era sonho, ninguém comprou e muito menos pagou para ver ou ler.

Serra, sábado, 06 de outubro de 2012.

 

AS MAZELAS CIENTÍFICAS


http://resistir.info/climatologia/imagens/consenso_real.jpg
http://espacodaciencia.files.wordpress.com/2011/04/charge_76.jpg?w=324&h=343
50 % dos cientistas trabalham para o complexo industrial-militar da morte (é o que dizem).
Erros, fraudes e intrigas dos cientistas
Ao longo da História, acusações de comportamento antiético levaram cientistas ao banco dos réus. Mas nunca como hoje erros e denúncias de má conduta científica foram tão frequentes.
Mais uma parte do castelo de falsificações científicas, sobre clonagem humana, construído pelo prestigiado cientista sul-coreano Woo-Suk Hwang, veio abaixo nos últimos dias. Desta vez, a revelação da fraude foi feita por Sung-Il Roh, um dos colaboradores de Hwang e co-autor de um artigo publicado na revista Science, em junho deste ano.

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