O Mundo das Empregadas
Uma dessas empregadas, mais letrada, decidiu fazer
FC, ficção científica, depois que leu a letra malcriada da Rita. SE ELES PODEM
FALAR DE NÓS, nós também podemos entrar na literatura, especialmente agora que
Ronaldinho Gaúcho é intelectual agraciado pela Academia Brasileira de Letras
nos seus 110 anos.
RITA LEE
BALACOBACO
(Rita Lee / Roberto de Carvalho)
Acordo às
cinco da matina
Reclamando da rotina Dou um trato na faxina Vida dura de heroína Minha cara de caveira Vai abrir a geladeira Esqueci de fazer feira Vou fuçar lá na lixeira Uma espinha pro gatinho Pro cachorro um ossinho Requentar o cafezinho E sair apressadinho Todo dia atrasada Já estou acostumada Condução sempre lotada Vida dura de empregada Pára o mundo que eu quero descer Tem muito vagabundo atrás do meu jabaculê A vida é uma sinuca, mas confio no meu taco Meu borogodó é do balacobaco Minha patroa é estranha Passa o dia só na cama O marido bebe grana A mais velha é piranha A do meio é patricinha O mais novo é mocinha Meu lugar é na cozinha Vida dura de fuinha Motorista xavecando Jardineiro azarando Porteiro se assanhando E vou logo avisando: Meu amor é pra quem pode Quem não pode se sacode Pode amarrar seu bode Com a minha cabra ninguém fode Pára o mundo que eu quero descer Tem muito vagabundo atrás do meu jabaculê A vida é uma sinuca, mas confio no meu taco Meu borogodó é do balacobaco Sirvo a janta e vou embora Já passou da minha hora A buzanga que demora Vem a chuva e piora Caminhando na calçada Medo de ser assaltada Medo de ser seqüestrada Medo de ser estuprada Sou escrava independente Ganho menos que indigente Não posso ficar doente Amanhã tô no batente Vou rezar para Jesus Aliviar a minha cruz Meu buraco não tem luz Vida dura de avestruz Pára o mundo que eu quero descer Tem muito vagabundo atrás do meu jabaculê A vida é uma sinuca, mas confio no meu taco Meu borogodó é do balacobaco |
Todas as Mulheres do Mundo
Elas querem é poder!
Mães assassinas, filhas de Maria
Polícias femininas, nazijudias Gatas gatunas, kengas no cio Esposas drogadas, tadinhas, mal pagas
Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz Toda mulher se faz de coitada Toda mulher é meio Leila Diniz
Garotas de Ipanema, minas de Minas
Loiras, morenas, messalinas Santas sinistras, ministras malvadas Imeldas, Evitas, Beneditas estupradas
Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz Toda mulher se faz de coitada Toda mulher é meio Leila Diniz
Paquitas de paquete, Xuxas em crise
Macacas de auditório, velhas atrizes Patroas babacas, empregadas mandonas Madonas na cama, Dianas corneadas
Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz Toda mulher se faz de coitada Toda mulher é meio Leila Diniz
Socialites plebeias, rainhas decadentes
Manecas alceias, enfermeiras doentes Madrastas malditas, super-homem sapatas Irmãs La Dulce beaidentificadas
Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz Toda mulher se faz de coitada Toda mulher é meio Leila Diniz Composição: Rita Lee |
Não que elas quisessem inverter as posições,
colocando as patroas como empregadas, porque aí seria a mesma coisa, como no
caso de as mulheres mandarem nos homens e estes ficassem fazendo os serviços do
lar, só teria invertido o sinal, não é mesmo? Elas queriam libertação e
respeito como, dizem, algumas patroas respeitam e amam suas empregadas. É o que
dizem. Parece que existe mesmo, estou te dizendo.
Claro, os direitos fundamentais, tá na cara.
Colocaram “científica” porque as empregadas
tinham a Ciência na mais alta conta, pensavam que era uma coisa maravilhosa e
não o poço de veneno, ciúmes, vigilância, desassossego, servilismo.
As coisas vistas de fora não fornecem
detalhes de dentro (até porque ninguém está mesmo a fim de botar pra fora).
Ficou passável (a ferro), mas as empregadas
são muito ingênuas, elas acreditam nos patrões e nos governos. Nisso não
diferem muito de nós.
Esse “mundo das empregadas” era um mundo só
delas, era sonho, ninguém comprou e muito menos pagou para ver ou ler.
Serra, sábado, 06 de outubro de 2012.
AS MAZELAS CIENTÍFICAS
![]() |
50 % dos cientistas trabalham para o
complexo industrial-militar da morte (é o que dizem).
|
Erros, fraudes e intrigas dos cientistas
Ao longo da História, acusações de comportamento antiético levaram cientistas
ao banco dos réus. Mas nunca como hoje erros e denúncias de má conduta
científica foram tão frequentes.
|
|
Mais uma parte do castelo de
falsificações científicas, sobre clonagem humana, construído pelo prestigiado
cientista sul-coreano Woo-Suk Hwang, veio abaixo nos últimos dias. Desta vez,
a revelação da fraude foi feita por Sung-Il Roh, um dos colaboradores de
Hwang e co-autor de um artigo publicado na revista Science, em junho
deste ano.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário