Sabor da Língua
Os portugueses já nascem dentro da
língua deles – inventaram-na e ao ambiente que a sustenta -, de modo que a
falam escorreitamente, ao passo que tantos de nós brasileiros tropeçamos.
Esse casal colocou então um bar num
lugar amplo que tinha um caramanchão no quintal.
SOMBRA
E CUCA FRESCA: CARAMANCHÃO COM TOLDO E MESAS EM ÁREA CIMENTADA
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E ali vendiam na banca deles as
revistas de português, livros didáticos ou que os falavam da geo-história da
língua. Pessoas davam palestras, outras recomendavam esta ou aquela abordagem. Era
aporte importante ao ensinaprendizado da língua portuguesa no Brasil. Muita
gente freqüentava e não só para beber.
LIVROS
E REVISTAS SOBRE A LÍNGUA
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Sempre traziam novidades.
Convidavam os professores e as professoras
da universidade, vinha gente de fora do Brasil e os contatava. O consulado de
Portugal e a embaixada em Brasília mandavam gente. Falavam da construção do
novo português brasileiro, mesclado com as línguas indígenas e africanas,
misturando-se com as palavras orientais e de outras línguas.
Fizeram camisas comemorativas
apontando os monumentos e as passagens históricas do país.
Em resumo, era interessantíssimo.
OFERECIAM
OS GRANDES LIVROS E AUTORES
(inclusive as traduções primorosas dos grandes literatos) – há no bar uma lista
que é permanentemente atualizada por votação.
Monteiro Lobato
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Clarice Lispector
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Ernest Hemingway
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Gabriel Garcia Márquez
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Que doçura!
Altamente palatável.
Beber e comer a palavra dos grandes
cozinheiros da língua, dos mestres-cuca (literal e metaforicamente), dos
mâitres, construções primorosas. Era qualquer coisa! De repente a língua
portuguesa virou uma coqueluche, uma verdadeira explosão.
Se você quer saber, fui freqüentador
de primeira hora.
Serra, sexta-feira, 20 de julho de
2012.
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