Boneca Cobiçada

 

Mesmo agora, não havendo pressão no sentido de dar boneca, há toda uma geração que tem, suponhamos, de 37 anos para frente e a ânsia plantada na faixa de impressão, até os sete anos. Mesmo hoje muitas meninas as recebem na infância (pois visam prepará-las para serem mães e absorverem as tarefas de criação).

MENINAS E BONECAS

Essa moça colocou a loja e depois franqueamento, Boneca Cobiçada, trazendo do mundo inteiro ao ES exemplares de todo tipo de boneca, das pequeninas às imensas, das de porcelana às de pano, das russas matrioskas às comuns, das loiras às negras, do Pólo Norte (mães esquimós dão bonecas às filhas?) ao Pólo Sul (representando pingüins).

BONECAS DE TODO TIPO E DE TODA PARTE

Essa foi um homem que colocou na exposição, mas ele já está detido para averiguações e prestando depoimentos na Polícia (que quer quem está vendendo).

As mais raras, as raríssimas ela destinou ao museu que foi crescendo ao ponto de receber estímulo estatal. Criou junto uma biblioteca com livros excelentes, que pouca gente tinha visto: criação das bonecas, variedade, arte, beleza, preço, muito caras; foi muito freqüentada.

Você precisava ver as mulheres que apareciam lá!

De donas de casa sem poder nenhum a ministras, empresárias de grandes redes, arquitetas, médicas, todo tipo de mulher de toda idade, inclusive muitas jovens que não se sentiam pejadas pelas novas disposições sociais. Psicólogos foram estudar o fenômeno, fotógrafos apareceram, pintores dedicaram dias e meses a retratar as freqüentadoras em suas poses de adoração e empatia.

Foi estranho, viu?!

Fenômeno dos mais esquisitos, porque quem poderia pensar que algo “tão simples” afetaria tantas? Por sinal, o marido dessa senhora colocou outra rede, de brinquedos de meninos, foi outro chuá, acho que os dois foram abençoados por Deus.

Ela recebeu homenagens.

Primeiras ministras e outros altos dignitários do mundo fizeram questão de homenageá-la “por resgatar a infância”, “por enfrentar os preconceitos”, coisas desse jaez. Fiquei abobado, porque fui um dos que aconselharam contra, achando que não iria dar certo. Puxa, fiquei de queixo caído! DEPOIS QUE DEU CERTO estimulei minha esposa a franquear, tudo bem, é para ganhar dinheiro e isso estamos ganhando mesmo.

Que coisa! Aqueles sete anos da faixa de impressão são muito importantes e comecei a pensar neles.

Serra, terça-feira, 14 de agosto de 2012.