Agonia do Verde
O
LIVRO QUE NUNCA VIROU FILME
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Um desses pais e mães que chamam os filhos de
Raio de Sol, Sol, Lua, Gaia, Terra, Vento, Sal da Terra, Nobre Irmãozinho e
essas melecas todas deram ao menino o nome de Verde (assim como outros foram
chamados de Coyote com y ou Via Transcendental ou Alteração da Consciência ou o
que for, condenando as crianças sem pedir opinião delas).
NO
COMEÇO O VERDE IA BEM (a intenção foi boa)
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O Verde ia bem, ele cresceu forte e saudável
enquanto não mexeram com ele, progredindo francamente, mas a certa altura
começaram a fazer muita pressão e ele começou a definhar, a definhar lentamente.
Eram muitas as violências contra ele, como quando começam a implicar com você,
só com você, centram os socos em você, sem distribuir, sem a distribuição social
que torna tudo menos pesado o que é focado num só.
O Verde definhava.
Estava nitidamente combalido, debilitado.
Certo dia passávamos e o Verde estava caído,
sofrendo muito, mas ninguém procurava ajudar, todos e cada um esperando que o
próximo se prontificasse, sem querer se empenhar ele mesmo com medo das
repercussões do envolvimento.
O Verde estava ficando amarelo.
O Verde sofria ali à vista de todos, porém
nem um cristão se lançava a auxiliar o Verde a se salvar, a recuperar a saúde,
a ficar saudável de novo. Qual o quê, ficamos todos ali, sem ação, mas
desejando, contudo, que alguém de projetasse, contando que alguma alma boa o
levantasse e o levasse a qualquer lugar onde fosse curado. Ninguém desejava se
envolver, cada qual esperava que o Verde se recuperasse sozinho, que ele se
curasse e ficasse de novo viçoso.
O Verde só fazia piorar.
Meu Deus do Céu! Ninguém vai ajudar o Verde?
Eu mesmo nada fazia, além de gritar sobre a canalhice DOS OUTROS, seus filhos
da puta, alguém tem de ajudar, tenham compaixão. Ficamos ali chorando, vendo a
agonia do Verde, mas sem nos mexermos.
Serra, segunda-feira, 13 de agosto de 2012.
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