Os Que Vão Morrer Te Saúdam
Vamos colocar hoje humanidade de 7,2 bilhões
(0,9% de mortos/ano) e aproximar para 65 milhões/ano em contas com zeros. Tendo
205 milhões de habitantes agora, um Brasil de população é perdido em pouco mais
de três anos.
Esses “que vão” não levam casa, nem dinheiro
de poupança, nem trens ou navios que tenham, nem casarões, nem ultraleves, nada
mesmo, sequer a roupa do corpo, que fica no cadáver. Elvis (e todos os demais),
cuja voz ouço no computador-internet, não levou nada, nem a voz, que ficou
gravada, prisioneira de nossas intenções.
Deprimente que seja você nos deixar (ou,
menos imaginável ainda, eu), é assim mesmo, os que morrem deixam tudo, vão
purinhos, só alma, não levam nenhuma preciosidade. Nicolau II Romanov não levou
os 350 bilhões de dólares amealhados, nadica de nada mesmo, necas de
pitibiribas.
Repare que, como já disse, isso é desatino,
muitas vezes a pessoa está no máximo dela e pimba, já era, buraco mesmo, vai para
o brejo (acredito que antigamente os mortos eram depositados na turfa).
Com toda dificuldade que é acumular em 70
anos 25,5 mil dias de percepções, por vezes notáveis, pouco é extraído dessas
competências e já reclamei que os velhos e velhas deveriam conversar com as
crianças e ter dos governos à disposição entrevistadores e coletores de dados e
geo-histórias – tudo isso é muito precioso para o coletivo, de muitas formas.
Os governos são tolos PORQUE são compostos
por pessoas tolas.
Não aproveitam os rastros de 65 milhões de
pares de olhos-percepções, são perdulários.
Nossinhora, que riqueza perdida.
Vitória, segunda-feira, 08 de agosto de 2016.
GAVA.
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