terça-feira, 23 de agosto de 2016


Os Gregos de Maomé

 

Numa das passagens da RC, Rede Cognata (não publicadas) vi que o califa pode ter mandado esconder os tratados nos nomos do Egito.

NÃO FAZ SENTIDO NENHUM O CALIFA OMAR TER QUEIMADO A BIBLIOTECA (isso seria 642 d.C., ela estava plenamente decadente, provavelmente todo mundo que podia roubava um pouco; Omar não seria louco de colocar a perder todo aquele conhecimento, deve ter escondido, queimando restos, a papelada que sobrou indo alimentar os fornos)

Destruição da Biblioteca de Alexandria
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/34/Theophil.jpg/190px-Theophil.jpg
Gravura do século V representando a destruição do Serapeu de Alexandria pelo Patriarca de Alexandria Teófilo I
A destruição da Biblioteca de Alexandria é um evento histórico que divide os historiadores pelo menos desde o século XVIII. A versão mais popular, pelo menos entre o grande público, é a de que a biblioteca foi destruída por ordem de Amr ibn al-As, governador provincial do Egito em nome do califa Rashidun Omar ibn al-Khattab, pouco depois da conquista do Egito comandada por Amr em 642, mas desde o século XVIII que diversos estudiosos questionam a veracidade dessa versão da história.
Fontes históricas
Há três relatos históricos do sucedido, todos escritos mais de 500 anos depois do sucedido. O médico, historiador e egiptologista árabe Abd-aI-Latif (1162-1231) afirma que a biblioteca foi destruída por Amr por ordem de Omar.[1][2] A mesma história encontra-se no Ta’rih al-Hukama ("História dos Filósofos") de ibn al-Qifti (1172–1248).[3][4] A versão mais longa da história encontra-se na obra do sírio Bar Hebraeus, também conhecido como Abu'l Faraj (1226–1286) e é baseada nos escritos de al-Qifti. Na tradução da sua obra Chronicum Syriacum para árabe, Bar Hebraeus incluiu material de fontes árabes, e na Historia Compendiosa Dynastiarum, ele relata que um certo João Gramático[nt 1] perguntou a Amr pelos "livros da biblioteca real".[5] Amr escreveu a Omar a pedir instruções sobre o que fazer com a biblioteca e Omar respondeu-lhe «se esses livros estiverem de acordo com o Alcorão, então não precisamos deles para nada; e se eles se opoem ao Alcorão, destrói-os.»[4][6] Amr teria então ordenado que os livros da biblioteca fossem distribuídos pelos balneários de Alexandria para serem utilizados como combustível para aquecimento da água; foram necessários seis meses para queimar todos os livros.[7]
O historiador egípcio al-Maqrizi (1364–1442) também menciona resumidamente a história, quando fala do Serapeu de Alexandria.[8] A história da destruição da biblioteca ainda estava em circulação entre os coptas no início do século XX].[9] Ibn Khaldun (1332–1406) escreveu que Omar deu uma ordem semelhante para que livros persas fossem destruídos no Irão.[2]

Isso tem de ser melhor investigado.

LEIA ‘MANSUR E A INVENÇÃO DA SABEDORIA ÁRABE’ (tirado de lá e aumentado no quadro abaixo)

No excelente álbum em quadrinhos Gonick, Larry História do Mundo em Quadrinhos (A Ascenção do Mundo Árabe e a História da África), São Paulo, Jaboticaba, 2004 ficamos sabendo muitas coisas que os livros oficiais de história não contam.
Por exemplo, na página 40 e ss. lemos:
1.              “Al-Mansur cercou-se de conselheiros persas – um vizir persa, ou primeiro ministro, governava o Estado – e eles falaram ao Califa de um outro tesouro: as bibliotecas persas”;
2.             “Para o Califa, estas bibliotecas, cheias de ensinamentos dos hindus, persas, gregos e romanos, tinham apenas um problema: nada estava escrito em árabe”;
3.             “Al-Mansur, que queria expandir esse conhecimento por todo o mundo muçulmano, ordenou que tudo fosse traduzido para o árabe”;
4.            “O trabalho durou 100 an0s …” [Veja só quanto material];
5.             “E, assim, no século IX, o estudo da ciência, da matemática, e da medicina começou a florescer pra lá de Bagdá...”.
6. “O químico persa Jabir padronizou o procedimento das experiências científicas de mexer com explosivos”;
7. “O matemático al-Khuwarizmi (de Khwarizm ou Kheva ou Khiva, no norte da Pérsia) produziu o primeiro livro de álgebra”;
8. “Outros escreveram sobre agricultura, medicina, ótica, mineralogia, meteorologia, astronomia, etc., etc., etc.”

Com isso a família de Mansur (714-775) governou por cinco séculos enquanto dinastia abássida, pois ele criou as bases da expansão intelectual muçulmana simplesmente chupando tudo dos gregos e dos romanos, sem falar dos persas e dos hindus.

Tratados e mais tratados desconhecidos no Ocidente.

Tais conhecimentos fizeram a fama dos árabes pelos 700 anos seguintes, até a queda de Constantinopla em 1453, quando os ocidentais tiveram acesso ao conhecimento greco-romano e com isso seu próprio Renascimento.

Enfim, os gregos de Maomé, depois os gregos do Ocidente.

E não houve ninguém que desse o mérito devido.

Vitória, terça-feira, 23 de agosto de 2016.

GAVA.

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