O
Chefe Livre dos Escravos
Nas repartições onde
trabalhei e pensando sobre todas as de que ouvi falar, senti como as pessoas
são “pesadas” em suas almas. Por brincar muito, por rir e fazer rir, por tentar
desanuviar reparei que as pessoas não gostam de gente assim, como se a alegria
delas lhes fosse ofensiva.
O fenômeno
intrigou-me por décadas.
Até que fui pensar: o
que as deixa entristecidas?
O tempo que as
pessoas passam em casa (oito horas dormindo), fora as seis ou oito horas de
trabalho e duas ou quatro de viagem em ônibus, passam rápido, nem notamos, ao
passo que no serviço demoram à beça: 10 ou 12 horas em casa passam mais rápido
que seis no serviço.
É o tempo
psicológico.
No serviço ele é
opressivo e arrastado.
Em casa é livre e
libertário.
Concluí que no
serviço só o chefe é livre e todos os outros, submetidos, são escravos, estão
escravizados, porisso seus dias são amargos: calha que o curral recebe os bois
e as vacas e estes vêem nos símbolos a escravidão. As horas tornam-se
demoradas. Em casa as horas são céleres e no serviço, lentíssimas.
Por quê os psicólogos
não estudam essa questão? Por quê os governos (a começar da ONU) não criam
grupos ad hoc visando encontrar soluções para os escritórios governamentais e
empresariais? Dizem que contando apenas no Brasil são seis milhões de
funcionários (seria interessante saber com pequena margem de erros quantos são
efetivamente) nos vários níveis do governo; se o Brasil é 1/40 do mundo, então
devem existir no mundo 240 milhões, valendo bem a pena os estudos DE
DESANUVIAMENTO, de desassombramento, de limpeza.
Isso seria bom
imediatamente para esses 240 milhões e, com três outros na família, para mais
720 milhões, no total um bilhão de envolvidos direta ou indiretamente, sem
falar na clientela, que merece receber serviço e atendimento muito melhores.
Como todos em algum
momento lidam com o Estado, bilhões seriam beneficiados, enquanto não chega a
anarquia (sem-chefe).
Serra, sexta-feira,
18 de maio de 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário