sexta-feira, 26 de agosto de 2016


O Chefe Livre dos Escravos

 

Nas repartições onde trabalhei e pensando sobre todas as de que ouvi falar, senti como as pessoas são “pesadas” em suas almas. Por brincar muito, por rir e fazer rir, por tentar desanuviar reparei que as pessoas não gostam de gente assim, como se a alegria delas lhes fosse ofensiva.

O fenômeno intrigou-me por décadas.

Até que fui pensar: o que as deixa entristecidas?

O tempo que as pessoas passam em casa (oito horas dormindo), fora as seis ou oito horas de trabalho e duas ou quatro de viagem em ônibus, passam rápido, nem notamos, ao passo que no serviço demoram à beça: 10 ou 12 horas em casa passam mais rápido que seis no serviço.

É o tempo psicológico.

No serviço ele é opressivo e arrastado.

Em casa é livre e libertário.

Concluí que no serviço só o chefe é livre e todos os outros, submetidos, são escravos, estão escravizados, porisso seus dias são amargos: calha que o curral recebe os bois e as vacas e estes vêem nos símbolos a escravidão. As horas tornam-se demoradas. Em casa as horas são céleres e no serviço, lentíssimas.

Por quê os psicólogos não estudam essa questão? Por quê os governos (a começar da ONU) não criam grupos ad hoc visando encontrar soluções para os escritórios governamentais e empresariais? Dizem que contando apenas no Brasil são seis milhões de funcionários (seria interessante saber com pequena margem de erros quantos são efetivamente) nos vários níveis do governo; se o Brasil é 1/40 do mundo, então devem existir no mundo 240 milhões, valendo bem a pena os estudos DE DESANUVIAMENTO, de desassombramento, de limpeza.

Isso seria bom imediatamente para esses 240 milhões e, com três outros na família, para mais 720 milhões, no total um bilhão de envolvidos direta ou indiretamente, sem falar na clientela, que merece receber serviço e atendimento muito melhores.

Como todos em algum momento lidam com o Estado, bilhões seriam beneficiados, enquanto não chega a anarquia (sem-chefe).

Serra, sexta-feira, 18 de maio de 2012.

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