sexta-feira, 26 de agosto de 2016


Não é só o Carro que te Faz Otário...

 

Já mostrei que fora o tempo empregado (para quem não lê) e o aborrecimento da espera, andar de ônibus é melhor que ter carro, cujo custo é imenso:

#
ITEM
%
(Carro de 30 mil)
1
Depreciação anual
15
2
IPVA
2
3
Gasolina 100 km/dia, três reais/litro, 250 dias
25
4
Seguro
7
5
Estacionamento
3
TOTAL
52


Por estes cálculos, 52 %, metade do valor do carro num único ano.

Fiz cálculo de metade, 25 % “comendo” um carro de quatro em quatro anos. E, segundo estudos todo mundo que ganhava mais de 700 reais há alguns anos podia ter, tinha ou pretendia ter carro.

AS MISÉRIAS DOS VEÍCULOS

1.       Ter de estacionar;

2.       Enfrentar longos engarrafamentos;

3.      Mandar limpar de vez em quando;

4.      Sujeição a roubos (mesmo pagando seguro, a decepção de não encontrar é grande);

5.      Trocar pneus, trocar óleo, fazer revisão;

6.      Renovar carteira;

7.      No caso de batida, deixar no mecânico;

8.      Inúmeras outras necessidades.

O que faz as pessoas terem ou desejarem ter carro e pagar tanto por isso? Tomando como evidentes os sentimentos, nenhum psicólogo investigou. Ninguém realizou entrevistas SOBRE AS DIFICULDADES. Ninguém foi a concessionárias, às oficinas mecânicas, aos compradores, às famílias.

É o isolamento em relação ao transporte público, claro que é, mais do que esperar pelos ônibus, que nos faz buscar os automóveis; é não querer estar próximo, é querer estar distante, é querer não ver o outro; é desejar não tocar e não ser tocado, não ouvir e não ser ouvido, não ter de conversar. É o ambicionar não se aborrecer com o próximo. Há também a comodidade porta-a-porta, não pegar chuva, sair e chegar na hora que se quere e a qualquer momento, etc. Quanto menos próximo o próximo, melhor. Essa é a constatação inequívoca! É a proximidade com o próximo que revolta todos aqueles que buscam ficar longe (fora estes, só não tem carros quem não tem absolutamente jeito de ter, não possui os mínimos recursos financeiros, os paupérrimos, e poucos outros).

A par dessa constatação, devemos ver que o sistema financeiro-econômico ou socioeconômico usa ESSA PROFUNDA DEPENDÊNCIA para extrair serviços dos mais variados tipos de pessoas que de outro modo não os prestariam.

Serra, terça-feira, 15 de maio de 2012.

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