Não
é só o Carro que te Faz Otário...
Já mostrei que fora o tempo empregado
(para quem não lê) e o aborrecimento da espera, andar de ônibus é melhor que
ter carro, cujo custo é imenso:
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Por estes cálculos, 52 %, metade do
valor do carro num único ano.
Fiz cálculo de metade, 25 % “comendo”
um carro de quatro em quatro anos. E, segundo estudos todo mundo que ganhava
mais de 700 reais há alguns anos podia ter, tinha ou pretendia ter carro.
AS
MISÉRIAS DOS VEÍCULOS
1. Ter de estacionar;
2. Enfrentar longos engarrafamentos;
3. Mandar limpar de vez em quando;
4. Sujeição a roubos (mesmo pagando seguro,
a decepção de não encontrar é grande);
5. Trocar pneus, trocar óleo, fazer
revisão;
6. Renovar carteira;
7. No caso de batida, deixar no mecânico;
8. Inúmeras outras necessidades.
O que faz as pessoas terem ou
desejarem ter carro e pagar tanto por isso? Tomando como evidentes os sentimentos,
nenhum psicólogo investigou. Ninguém realizou entrevistas SOBRE AS
DIFICULDADES. Ninguém foi a concessionárias, às oficinas mecânicas, aos
compradores, às famílias.
É o isolamento em relação ao
transporte público, claro que é, mais do que esperar pelos ônibus, que nos faz
buscar os automóveis; é não querer estar próximo, é querer estar distante, é
querer não ver o outro; é desejar não tocar e não ser tocado, não ouvir e não
ser ouvido, não ter de conversar. É o ambicionar não se aborrecer com o próximo.
Há também a comodidade porta-a-porta, não pegar chuva, sair e chegar na hora
que se quere e a qualquer momento, etc. Quanto menos próximo o próximo, melhor.
Essa é a constatação inequívoca! É a proximidade com o próximo que revolta
todos aqueles que buscam ficar longe (fora estes, só não tem carros quem não
tem absolutamente jeito de ter, não possui os mínimos recursos financeiros, os
paupérrimos, e poucos outros).
A par dessa constatação, devemos ver
que o sistema financeiro-econômico ou socioeconômico usa ESSA PROFUNDA
DEPENDÊNCIA para extrair serviços dos mais variados tipos de pessoas que de
outro modo não os prestariam.
Serra, terça-feira, 15 de maio de
2012.
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