domingo, 7 de agosto de 2016


A Rotina dos Meus Olhos



No livro de Keith Devlin, O Gene da Matemática (O talento para lidar com números e a evolução do pensamento matemático), Rio de Janeiro, Record, 2004 (sobre original de 2003), ele diz na página 81: “A mente humana é uma reconhecedora de padrões”; e na página 83: “(...) milhões de anos de evolução nos equipararam com um cérebro que tem faculdades de sobrevivência particulares”.

Reconhecer padrões tem valor de sobrevivência e os mais aptos nisso devem ter deixado mais descendentes, o que pode ser mapeado pegando os genes de reconhecimento e computando percentuais na população.

Por outro lado, a repetição provoca grande agonia, mais em uns que em outros, conforme a curva do sino.

SINO DA REPETIÇÃO (coloca um gênero de amarração aguda, um tipo de dependência de drogas liberadas)

Resultado de imagem para curva do sino
Extremamente tolerantes.
Tolerantes.
Médios.
Intolerantes.
Extremamente intolerantes.
2,5 % e aderentes.
90 %.
2,5 % e aderentes.

Você sabe, isso de condescendência extremada tem extraordinário significado, por exemplo, na escolha de astronautas/cosmonautas, de professores cíclicos (não-pesquisadores), soldados e assim por diante, tudo que coloca diante dos olhos sempre a mesma notícia.

Por outro lado, os muito exigentes quanto a mudanças constantes são úteis à pesquisa e ao desenvolvimento, às invenções.

Veja só o fenômeno dos celulares: as telefônicas não esperavam que fossem vendidos tantos, só foram na onda (e esconderam a própria ignorância). É que a ausência de rotina está ligada à fala, que muda de instante a instante (as pessoas fazem DE TUDO para conversar, estabelecer diálogo): a pressão por novos desafios - novos caos a organizar em padrões – é vício tremendo, poderosíssimo, leva a todos os outros, através da supressão da libido (no latim, anseio, depois é que virou sexual), quer dizer, a sujeição social ao enquadramento. Quanto mais novidades são apresentadas, mais a pessoa as deseja; os pesquisadores só estão livres porque já tem droga diária (leem em casa inclusive nos fins de semana e feriados).

Enfim, a rotina é mortal.

No extremo chama-se tédio, aborrecimento, fastio.

A novidade é vital, está ligada àquilo de virarmos a cabeça a todo momento para captar notícias diferentes.

Vitória, domingo, 07 de agosto de 2016.

GAVA.

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