A
Boca do Cachorro e a Língua da Gente
Um
desses canais (National ou Discovery) mostrou documentário dizendo de um
pesquisador que sugeriu – brilhantemente, na minha opinião – que termos domado
ou amansado os lobos como cachorros liberou a boca dos hominídeos de sua função
de triturar as presas, pois até então ela tinha arcadas dentárias muitos
fortes. Tomando como auxiliares as arcadas dos cachorros nossas bocas puderam
evoluir para outras funções.
FOTOS
VERTICAIS-LATERAIS DE ARCADAS ANIMAIS (duro demais para a fala, só permite grunhir)
ANTIGA
ARCADA HUMANA DURA
(representada aqui em metal)
CORTE
FRONTAL VERTICAL DE ARCADAS HUMANAS ATUAIS
Ontem
falaram da língua, programáquina natural psicológica de comunicação que no
modelo vem assumindo grande importância (a ponto de eu atribuir o instante de
humanização do feto ao estabelecimento mínimo de condições de manifestação, ou
seja, o feto se torna humano quando é capaz de autonomamente se comunicar,
independentemente de em que idade isso se dá): de como os lábios e a
língua-física foram liberados de sua desumanidade para migrarem até a condição
psicológica neandertal (200 mil anos) e cro-magnon (80 a 70 mil anos), tão
recentemente na geo-história do mundo! Veja só que precioso é isso que demorou
13 bilhões de anos do universo, nada menos de 4,5 bilhões de anos da Terra e
3,8 bilhões de anos da Vida geral.
AS MÚLTIPLAS FUNÇÕES DA LÍNGUA
·
NA ALIMENTAÇÃO:
1. Movimentar os alimentos na boca;
2. Enviar os sinais dos alimentos (doce,
salgado, amargo, azedo);
3. Liberar os ácidos de degustação;
·
NO FALAR: movimentar-se para modular os sons a
partir do ar que vem dos pulmões (finíssima modulação!), em conjunto com o
programáquina mental no cérebro – que, aliás, ocupa muito espaço relativo (veja
o homúnculo motor em Sagan e abaixo).
Resulta então que a
presença do cão, sua domesticação, a conseqüente mudança na boca (deixando nossos
lábios de seres grossos e duros para se tornarem finos e maleáveis), sua
liberação para a MUTAÇÃO DA FALA levou-nos a tudo isso que somos. Um acidente
feliz o da reunião do “melhor amigo do homem” (de todo humano, mas aqui cabe
mesmo “homem” porque foi domesticado – o cachorro de boca grande, porque o de
boca pequeno foi domesticado pelas mulheres – realmente pelos homens) com a
pré-humanidade pré-disposta para a mutação.
Resultou de tal acidente
tudo que é humano hoje através da Língua geral. Assim nos tornamos o que somos,
e isso precisamos estudar mais e melhor. Abaixo uma colagem obtida de
enciclopédias e da Internet.
Vitória, domingo, 24 de
abril de 2005.
A LÍNGUA-COMUNICAÇÃO (na Enciclopédia Encarta 2002)
Língua ou Idioma,
conjunto ordenado e sistemático de formas orais, escritas e gravadas, que
servem para a comunicação entre as pessoas que constituem uma comunidade
lingüística. A partir de Saussure, a língua é um sistema de signos orais e escritos
do qual dispõem os membros de uma comunidade para realizar os atos
lingüísticos quando falam e escrevem. Noam Chomsky afirma, por outro lado, que a língua é um
sistema interiorizado que possuem os falantes, capaz de gerar suas
“realizações” lingüísticas.
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O RETRATO CLÁSSICO DE EINSTEIN E DE UM
GAROTO
A LÍNGUA-FÍSICA EM SEU CONTEXTO (contra os lábios)
OLHANDO
PROPRIAMENTE A LÍNGUA-FÍSICA EM INGLÊS
DE
BOCA ABERTA (esta
cavidade é importantíssima – é todo um sistema maravilhoso sobre o qual se
baseou a posteridade psicológica)
A
LÍNGUA SEPARADA
CORTE
DA LÍNGUA EM MOVIMENTO
UM DESENHO DA SUPERFÍCIE DA LÍNGUA
ESTRUTURA
DA BOCA
CORTE
LATERAL DO SISTEMA FONADOR
LIGAÇÃO
DA LÍNGUA COM O CÉREBRO
HOMÚNCULO
MOTOR
(participação percentual da língua no programáquina humano típico)
LÍNGUA MERCK
LÍNGUA NA ENCARTA
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Áreas gustativas da
língua
A língua é recoberta por cerca de 10.000 papilas gustativas,
que se agrupam em áreas sensíveis aos sabores doces, ácidos, salgados e
amargos. Os componentes químicos da comida que ingerimos estimulam os
receptores de cada uma dessas áreas e os nervos transmitem esses impulsos ao
cérebro. O sentido do olfato complementa a informação para proporcionar uma
ampla gama de sabores.
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CORTE VERTICAL DAS PAPILAS GUSTATIVAS
A LÍNGUA VERBAL MUDA
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Nossa língua "brasileira"
Professor da Unesp organiza
dicionário com contextos de utilização das palavras
Publicado em 15/11/2002 às 02:00
Você sabe o que é chapoletar? Não? Mas cafuné, empetecar e mamata você deve
conhecer. Estes são apenas alguns dos 62.000 verbetes presentes no Dicionário
de Usos do Português do Brasil, do orientador do curso de pós-graduação em
Lingüística e Língua Portuguesa da Unesp (Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho) Araraquara, Francisco Borba. A obra é fruto de oito
anos de pesquisa, iniciada na própria universidade.
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A EVOLUÇÃO ATÉ O SER HUMANO
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The "family tree" of apes and humans.
There is no fossil record for the great apes, so the exact branching can be inferenced only on the basis
of molecular biology analyses. The exact lineage of extinct branches of Australopithecines
(such as A. bosei, A. aethiopicus, A. robustus) and the place of A. africanus in man's direct
lineage are still open to dispute.
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DESENHO
DE GENTE FALANDO
(o acontecimento central da essênciexistência psicológica)
UM
MUNDO FALANTE
(esse é o verdadeiro milagre psicológico; a língua é a própria alma) – o mundo
da língua humana.
TRANSMISSÃO DO
CONHECIMENTO
(conhecimento que está todo na Língua geral)
UM TEXTO
O
Texto Escrito
A luta que os alunos enfrentam com
relação à produção de textos escritos é muito especial. Em geral, eles não apresentam
dificuldades em se expressar através da fala coloquial. Os problemas começam
a surgir quando este aluno tem necessidade de se expressar formalmente e se
agravam no momento de produzir um texto escrito. Nesta última situação ele
deve ter claro que há diferenças marcantes entre falar e escrever.
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