sábado, 16 de setembro de 2017


Pântanos como Criadores de Civilização

 

                            Seria possível que os pântanos tivessem dado origem a todas as civilizações? Isto é, que: 1) todos os lugares onde a humanidade começou tinham sido nas origens pântanos?; 2) que onde quer que seja encontrada uma ruína arqueológica tenha havido outrora um pântano? É de se pensar que sim, porque os pântanos comportam enormes vantagens, tanto em termos de alimentação quanto outros, de gerar provocativos problemas (dificuldades levam a soluções, soluções levam ao futuro).

PROFUNDAS LAMAS FERTILIZANTES (não foi só o Egito dádiva do Nilo, foram todas as civilizações de seus alagados; e não dos rios e sim dos pântanos)

1.       a chance de obter alimentos é muito maior:

·       Do mar defronte (que serve para navegação aberta);

·       Do rio transitável;

·       Das aves do céu;

·       Da fertilização das margens, inundáveis nas cheias;

2.       Os problemas de drenagem são tremendos, o que leva a soluções muito criativas, incompatíveis com a estupidez (a civilização é instada a solucionar os problemas gerais de trânsito, e de contenção das margens);

3.      O excedente gerado, tanto alimentar quanto de comunicação por fácil circulação nos canais naturais e artificiais leva a exponencialização das trocas e das criações;

4.      Muitas outras que você pensará.

Pois surgiu no modelo que problemas geram soluções: quanto maior a carga de problemas maior o esvaziamento em termos de soluções, que levam a novas perguntas e a outras respostas, criando uma teia de indagações e de réplicas.

O pântano induz aglomeração humana acentuada, pois leva a excedentes de produção e excedentes de organização (em virtude dos problemas colocarem as soluções automaticamente – quem não soluciona morre).

TEIA REPRESENTANDO O CRESCIMENTO PSICOLÓGICO HUMANO (inclusive da Economia: agropecuária/extrativismo, indústrias, comércio, serviços e bancos)


É o caso de pesquisar nas duas direções-sentido: a) se pântano leva sempre a civilização; b) se, tendo havido civilização (como descoberta pela arqueologia) podemos afirmar a presença anterior de pântano, mesmo se agora é seco e inóspito.

Vitória, quarta-feira, 13 de abril de 2005.

 

ALGUNS EXEMPLOS VERDADEIROS E PERGUNTAS

Egito, delta pantanoso do Nilo
Uruk, pântanos do Tigre e do Eufrates
Jericó, fundos pantanosas do Mar Morto
Mohenjo-Daro e Harappa, delta do Indo
China, deltas dos rios de lá
México (era dentro do pântano de um lago)
(em Bengladesh teria existido?)
(o Okavango, pântano interno da África, teria tido?)
(Na Ilha do Bananal, Goiás, Brasil, teria havido?)
(Na Ilha do Marajó teria evoluído?

Pântano, Deserto e Trópico

 

                            Já vimos que pântanos são importantes.

                            Penso que estar nos trópicos (entre o Trópico de Câncer ao norte e o Trópico de Capricórnio ao sul, quer dizer, mais e menos 23,5º acima e abaixo do equador) pode ser significativo, por oferecer mais energia.

A REGIÃO TROPICAL DO MUNDO


                            AMÉRICA TROPICAL


ÁFRICA TROPICAL (o delta-pântano do Nilo fica um pouco acima)


ÁSIA TROPICAL (o delta-pântano do Indo – onde se desenvolveram Mohenjo-Daro e Harappa - fica um pouco acima; assim como o pântano-delta do conjunto Tigre-Eufrates, onde nasceu a civilização de Uruk; bem como o delta-pântano do Yangtsé na China, todas um pouco acima do trópico)


Penso que outras condições são significativas.

Conclusões até agora:

1.       Ter pântano, apenas, não é MAIS QUE SUFICIENTE, pois nem em todo pântano se desenvolveu grandes civilizações;

2.       As grandes se desenvolveram ACIMA do Trópico de Câncer; aliás, todas elas pouco acima – parece que deve ser combinada a condição de pântano com certo frio (pântanos quentes não seriam bons, o que exclui o delta do Amazonas, mas não o do Mississipi, que fica pouco acima, nem o do Prata, um pouco abaixo do de Capricórnio).

ACIMA DE CÂNCER NO MISSISSIPI E ABAIXO DE CAPRICÓRNIO NO PRATA (esses dois continuariam candidatos)


Em resumo, se estivesse na região tropical deveria ser compensado em altura, quer dizer, teríamos pântano (de delta de rio ou de lago ou do que fosse) combinado com temperatura fria (quantos graus a menos?) como no lago onde ficou a Cidade do México.

IMPÉRIO INCA (parte tropical, mas no alto de montanhas)


IMPÉRIO MAIA (esse destoa)


IMPÉRIO ASTECA


Fica parecendo que a regra ainda não é geral.

Olhando para o Império Khmer na Indochina, especialmente para Angkor, podemos ver que se desenvolveu bastante, pois atingiu área até maior que a da Ilha de Manhattam em Nova Iorque e chegou a 1.000 km2. Porém, regrediu e morreu. As razões creio foram que, embora pântano (primeira três condições), não era frio e não tinha um deserto por perto.

Pois o deserto é fundamental para formar o par polar oposto/complementar pântano-deserto, quer dizer, superfértil e superseco.

O frio significa satisfazer os cro-magnons segundo sua formação nas origens. O par deserto-pântano de um lado (o do pântano) oferece as condições, como já discuti nos textos, e o deserto colado ou impede a dispersão ou lembra as cruéis condições de vida fora do lugar escolhido.

Observe que em toda parte é assim:

·       No delta do Nilo o deserto do Saara de uma lado e o da Arábia do outro;

·       No vale do Tigre-Eufrates o deserto da Síria à esquerda e as Montanhas Zagros do outro;

·       Na China desertos de Gobi e de Ordos (sem falar do Himalaia, que é um deserto de gelo);

·       No vale do Indo o Himalaia acima e à esquerda o deserto de Lut e o Baluchistão;

·       No México os desertos do norte;

·       No Peru o deserto de Atacama abaixo;

·       e outros (vá procurar – siga a regra geral).

Só destoam mesmo os maias.

Deve-se buscar uma regra geral desse tipo.
Vitória, segunda-feira, 18 de abril de 2005.

Os Filhos de Jericó Chafurdando nos Pântanos

 

JERICÓ NOS FUNDOS DO MAR MORTO (na ocasião de surgimento é bem possível que fosse um alagado, um lamaçal danado, porque depois os descendentes de Jericó foram buscar as fozes e os pântanos em toda parte – isso ainda precisa ser provado) – é preciso cavar fundo e em toda parte no MM para ver até onde iam as águas antigas, as páleo-margens, e onde ficava Jericó em relação a elas.


QUANDO ISSO ESTEVE LIGADO? (é fundamental saber, porque então o MM era muito maior e menos morto, talvez, com certeza menos salgado) – o lado de cima posto à esquerda e o lado de baixo posto à direita


Sabemos que as civilizações do Egito e da Suméria começaram a se aglutinar por volta de 3,5 mil antes de Cristo, enquanto Jericó é de 9,0 mil antes de Jesus. Por conseguinte, nesses 5,5 mil anos todo conhecimento veio de Jericó, antes de ser prática noutros lugares, porque o conhecimento é cumulativo. Aquilo foi, literalmente, um caldo de cultura, uma lama medonha na qual os de Jericó viveram por milênios de anos e onde os seres humanos aprenderam pela primeira vez a drenar o solo. Vivendo naquela área pantanosa (antes dos rios e riachos chegarem a se despejar no MM), com certeza aprenderam essa arte de drenar que depois usariam em toda parte. Foi ali que os seres humanos tiveram seu aprendizado inicial de drenagem, antes de se aventurarem noutras partes.

Vitória, quinta-feira, 14 de abril de 2005.

Os Cro-Magnons que Foram à África Buscar Peles

 

                            Os tecnocientistas (depois de dizerem que os cro-magnons se formaram, segundo diversas opiniões, há 100, 50 ou 35 mil anos) produziram algo de mais centrado, dizendo que nossos antepassados CM apareceram lá por volta de 80 a 70 mil anos. Achei que isso se deu acima do Paralelo 45º Norte durante a Glaciação de Wisconsin, que durou de 115 a 10 mil anos atrás e gelou toda aquela região. Desceram de lá transformados em “brancos” (amarelos, vermelhos e brancos) derivados dos nemay (neandertais de EMAY, Eva Mitocondrial + Adão Y) que surgiram na África há 200 mil anos. Então, entre o aparecimento dos nemay e dos cro-magnons vão 130 a 120 mil anos em que aqueles reinaram absolutos, ocupando toda a Terra sem contestação.

                            Então entraram em campo os cro-magnons.

                            Sendo os cro-magnons nemay tornados “brancos”, eles desceram sobre o sul; ao chegarem à África tomaram os ambientes, miscigenaram-se com os nemay, destruíram-nos, tomaram suas peles por casamento, tornando-se desse modo os africanos negros que são os nossos parentes de agora. Claro, eles não são nemay, são cro-magnons “brancos” de pele negra.

O REINO INICIAL DOS NEMAY E A DISTÂNCIA DOS TRÓPICOS (sendo região tropical em volta do equador era quente e a pele dos nemay naturalmente negra)


A REGIÃO DE FORMAÇÃO DOS CRO-MAGNONS (era naturalmente fria e ficou ainda mais durante W, quando a temperatura média geral caiu muito)


O resultado é que por dentro os negros são cro-magnons e por fora herdaram a pele (e algumas características faciais e corporais) dos nemay. Porisso devem ter características “africanas” dos nemay: nariz largo para aspirar ar, sendo grandes corredores (na neve os corpos “brancos” não foram preparados para isso). Até espero que, sendo os nemay “nadadores emocionais”, quer dizer, naturalmente adaptados (devido aos lagos onde foram formados), isso tenha passado aos cro-magnons negros - que ainda não se viraram para isso nos esportes -, quer dizer, nossos parentes CM de pele negra.

Em resumo, os negros da África são “brancos” também, são cro-magnons que apenas pegaram as peles negras dos nemay. Só para começar os negros CM (diferentes dos negros nemay remanescentes na península indiana e na Austrália, os aborígines) foram os últimos “brancos” a chegar e a começar a desenvolver civilização, ao contrário do que se pensava até agora: é a lógica, pois os “brancos” amarelos que foram para a Ásia, os “brancos” vermelhos que foram para as Américas, os “brancos” brancos que foram para a Europa chegaram primeiro lá, enquanto os “brancos” negros atingiram a África por último.

Não admira mesmo nada que as civilizações dali tenham demorado mais, porque quanto mais ao sul mais eles demoraram em absorver os nemay tardios. Eles vieram trazendo a civilização ao sul da África aos poucos, na medida em que iam miscigenando.

                            Vitória, segunda-feira, 18 de abril de 2005.

Opressor, Eu?

 

                            Perguntadas se eram racistas, mais de 90 % responderam que não; perguntadas se conheciam quem era, proporção quase igual respondeu que sim. Seria muito interessante fazer um livro depois de realizar tais enquetes, pois certamente quase ninguém veria em si o opressor. As elites não precisam publicar anúncios nos jornais de maior circulação para contratar opressores, basta oferecer as tentações. Na minha categoria muitos ganham 20, 30, 40 mínimos, mas perguntados se são opressores os fiscais quase todos diriam que não.

                            As elites não precisam chamar os torturadores dos médios, médios-baixos ou pobres e miseráveis, basta oferecer os produtos infinitos da produçãorganização atual, a sócio-economia de agoraqui: abaixo estão alguns exemplos, mas existem-nos aos milhares, principalmente para as mulheres e os homens que desejam agradá-las.

                            DOIS LADOS DA MESMA MOEDA

Extrema pobreza
Extrema riqueza
Extrema escuridão
Extremo brilho

Para obter o dinheiro com que comprar essas coisas as pessoas fazem quase qualquer coisa, desde as invisivelmente opressoras até as escancaradamente tais.

De fato, seria um livro muito interessante.

Vitória, terça-feira, 19 de abril de 2005.

 

                            TENTAÇÕES (são milhões de itens)


O Terrível Poder dos Instrumentos a Serviço dos Governempresas

 

                            SCTE: sala, cadeiras e telão de ensinaprendizado.

                            LV: Laboratório Virtual.

                            CP: ciberprancheta.

                            AT: Atlas de Toque.

                            AC: Árvore do Conhecimento.

                            E mais os Globatlas (Globo-Atlas) e os Biblioseus (Bibliotecas-Museus) de geologia, paleontologia, antropologia, arqueologia e geo-história.

                            Supostamente tudo chegará à sociedade civil, mas antes disso estará em posse dos governos e das empresas que possuem riqueza para comprar produtos inicialmente tão caros pelo valor de aquisição e de manutenção. Tudo que chega depois ao público geral chega primeiro às elites.

                            AS EMPRESAS

·       Ricas (gigantes);

·       Médio-altos (grandes);

·       Médias;

·       Pobres ou médio-baixas (pequenas);

·       Miseráveis (microempresas).

Evidentemente as gigantes pegarão primeiro e enriquecerão ainda mais rápido. E também primeiro os altos governantes do Executivo, os políticos do alto clero do Legislativo, os altos juizes do Judiciário.

Os de trás só verão muito depois.

Porque esse é um poder tão novo e ainda desconhecido - já que os instrumentos não existem senão em descrição projetiva - é até difícil imaginar quais capacidades transformadoras incrementarão. Nunca algo assim foi atribuído à humanidade, tratando-se realmente de um rompimento.

Vitória, quinta-feira, 14 de abril de 2005.

O Pântano como Cérebro da Humanidade

 

O DELTA DO NILO VISTO DE SATÉLITE (foi uma das regiões privilegiadas, de onde surgiu uma das duas maiores civilizações iniciais) – várias visões

Nile Delta

AS FACILIDADES DOS PÂNTANOS (o Egito não é dádiva do Nilo, propriamente, mas dádiva do delta do Nilo, quer dizer, do pântano)

1.       Peixes e frutos do mar (caranguejos, siris, conchas) vizinho;

2.       No curso do rio peixes e lodo do rio que passa e deixa aluviões;

3.      No céu para flechar ou pousadas aves em profusão que vem comer os peixes;

4.      Papiros e juncos e outros produtos arborícolas do rio ou de suas margens superférteis;

5.      Dificuldades tremendas a resolver;

6.      Facilidade para circular de barco (ao contrário dos rios, que podem ter correntezas e cachoeiras que despencam os remansos dos deltas são planos e, como diz o nome, mansos, brandos, tranqüilos);

7.       Outros que certamente você irá pensar.

Isso forma um jeito de se comportar, ainda que não-genético, que vai sendo passado adiante como costume, isto é, como superafirmação preferencial. Ao ir para o próximo espaço as pessoas vão procurar exatamente aquilo, o já conhecido que veio das margens de Jericó e antes ainda do Vale da Grande Greta (Great Rift Valley), onde sempre haviam pântanos onde os seres humanos aprenderam sua humanidade, quer dizer, dependência.

O duplo-cérebro homulher ao se confrontar com os ambientes viam-nos assim, preferindo viver naquilo a que já estavam acostumados, além do quê ali havia muito maior oferta.

AO CHEGAR AO BRASIL FORAM PROCURAR AS ÁREAS PANTANOSAS (e não os rios, cujas linhas ficavam mais para dentro; porque de outra forma não teriam ficado na costa, iriam ao interior) – as áreas primeiro procuradas foram as fozes, os pântanos.


Por exemplo, no Espírito Santo a área mais desenvolvida é na Grande Vitória, que fica em volta da Ilha de Vitória, um pântano com braços de mar.

A ILHA DE VITÓRIA


                            GRANDE PARTE ERA ALAGADA


Em resumo, a geo-história precisa ser reescrita.

Não foram os rios que nos formaram, foram os pântanos.

Eles é que nos tencionaram e nos propulsionaram adiante ao oferecer uma supercarga de trabalho que levou a inúmeras soluções criativas, de barcos a represas, a irrigação, a pesca, a cultivo de peixes e outras invenções.

Vitória, sábado, 16 de abril de 2005.